domingo, 31 de julho de 2011

Incêndios

Drama canadense tem cenas de tortura
Google Image
Posso arriscar um palpite: este deve ser um filme diferente de todos os que você assistiu. Por isso mesmo, deve deixar no ar, no final, uma certa estranheza, especialmente porque a revelação das últimas cenas é chocante. Dirigido pelo canadense Denis Villeneuve, foi candidato ao Oscar de filme estrangeiro, e é quase todo filmado no Oriente Médio, especificamente na Jordânia.
Tudo começa quando dois irmãos gêmeos, Jeanne (Melissa Paulin) e Simon (Maxim Gaudette) leem o testamento da mãe, Nawal (Lubna Azabal), recementemente falecida. O tom da escrita dela é azedo demais, dizendo que toda a sua vida foi errada.
Mas existe uma missão que eles precisam cumprir: encontrar o irmão e o pai, ambos desaparecidos. Os dois vão até a Jordânia, descobrem que a mãe foi torturada e passou por poucas e boas. Até descobrirem um único homem. Emocionante. (Ronaldo Victoria)

sábado, 30 de julho de 2011

A Águia

Channing Tatum vive o romano Marcus Aquila
Google Image
Pode ser exagero dizer que os filmes sobre Império Romano voltaram à moda, mas o fato é que eles deixaram de ficar na prateleira onde hibernavam há um bom tempo. Esta aventura, com produção luxuosa, tem direção de Kevin Macdonald (o mesmo de O Último Rei da Escócia e Rede de Mentiras) e roteiro baseado num livro famoso de Rosemary Sutcliff.
Ou seja, tinha tudo para empolgar. Pena que não acontece. O final resulta decepcionante, porque falta clima, conflito e as tramas resultam mornas. O enredo é quase uma continuação de O Centurião, outra aventura do estilo. O mote é novamente a luta contra os selvagens pictos, que vivem além das muralhas de Adriano, na região onde hoje fica a Escócia, e desafiam o poder imperial.
Para combatê-los, é designado Marcus Áquila (Channing Tatum). Mas, a fim de que ele não pereceça na viagem, por não conhecer os inimigos, o escravo Esca (Jamie Bell, o Billy Elliott) vai junto. Durante a viagem a relação de senhor e escravo é posta à prova. (Ronaldo Victoria)

O Bolo de Casamento

Jerèmie Reinier e Clemènce Poesy: festa desastrada
Google Image
Será que os franceses são o povo menos politicamente correto (ou menos hipócrita) do mundo? Afinal, eles não disfarçam o mau humor e a falta de bons modos. É o que faz pensar essa comédia com toques bem azedos (e por isso mesmo interessane) que retrata uma festa de casamento, outro subgênero que já se tornou tradicional na história do cinema.
Sempre esse tipo de roteiro aproveita a festa para mostrar os podres, a sujeira varrida para debaixo do tapete. E o enlace de Vincent (Jerèmie Reinier) e Berangere (Clemènce Poesy) tem mais sujeira do que se imagina. A ponto de chocar a cena em que a irmã da noiva despreza a sobrinha do noivo, que tem síndrome de Down, a deixa escondida no altar e a chama de "retartadinha".
Claro que é uma crítica pesada ao estilo de vida burguês. Logo a festa vai se tornando um desastre, e até o bolo montado despenca. Entre as várias histórias, chama a atenção o reencontro da avò da noiva com o padre, que viveram uma paixão na juventude. Se não gostar, atire o primeiro buquê. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Os Inquilinos

Marat Descartes: a bgunça mora ao lado
Google Image
Mais que amargo, o cineasta paranaense Sérgio Bianchi pode ser definido como ácido. Ela já destilou seu desencanto com o país em Cronicamente Inviável (um resumo do que ele pensa) ou Quanto Vale ou é por Quilo? (em que desacata até as ONGs teoricamente bem intencionadas). Aqui ele fala da vida na periferia, mas a novidade é que não parece tão azedo.
Se bem que não perde seu estilo contestador. A periferia de Bianchi não mostra pobres coitados nem bandidos sanguinários dos morros. É gente como Valter (Marat Descartes), que trabalha num frigorífico e à noite estuda.
Mas tudo se complica quando se mudam para a casa ao lado três rapazes arruaceiros que a mulher dele, Iara (Ana Carbatti), suspeita serem bandidos. Valter se vê pressionado a tomar uma resolução, mas não deixar de lado o jeito pacato de ser. Cássia Kiss também tem boa participação como uma professora. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Oceanos

Documentário francês é centrado na vida marinha
Google Image
Diz uma teoria marota sobre cinema que quando se elogia a fotografia, é porque o filme é ruim. Pois a fotografia desse documentário francês é deslumbrante e o resultado final não fica nada a dever. Foi um trabalho enorme feito pelos franceses Jacques Perrin e Jacques Cluzuaud, os mesmos que realizaram o também ótimo Migração Alada.
No anterior eles acompanhavam com incrível paciência (é técnica) as aves que viajam de um continente para outro, respeitando apenas um chamado primitivo. Aqui fazem o mesmo com peixes e criaturas do fundo do mar. A câmera submarina se coloca no mesmo ponto desses seres, acompanhando o que eles fazem, quase sem invadir.
O resultado para o espectador é altamente impactante. As cenas de grandes cardumes são de tirar o fôlego. A gente curte tanto os golfinhos que parecem pular do nosso lado quanto criaturas exóticas como águas vivas luminosas e uma lesma espanhola dançante. Descubra. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Um Mundo Novo

Passageiros aprendem a aceitar a nova condição
Google Image
Histórias que falam sobre vida após a morte conseguem sucesso desde a novela A Viagem. Talvez até antes disso, e não apenas no Brasil. Esta produção, na verdade uma minissérie feita para a televisão americana (por isso tem longa duração) mostra gente precisando aceitar sua nova condição. O mundo novo, a que se refere o título brasileiro, não é bem aquele vale verdejante da novela, mas um pouco mais misterioso.
Tudo começa quando o jornalista americano Matt (o canadense Tahmoh Penikett) e sua noiva Jesse (a holandesa Laura Vandervoot) são mortos numa explosão, mas despertam para uma vida futura. O novo mundo é um planeta misterioso, com um enorme rio.
Todos os que já morreram na Terra são ressuscitados nesse lugar. Mas acontece que Matt não consegue encontrar Jesse. Então se une a uma equipe estranha, que incluiu até o escritor Mark Twain, retratado de forma polêmica. Se você aveitar a fantasia, vai curtir. Senão... (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tempestades do Amor

Lynn Collins e Manoj Rajpai: paixão impossível
Google Image
Desde a novela de Glória Perez e o o filme que ganhou o Oscar há três anos (Quem Quer Ser um Milionário?), o fascínio pela Índia só aumentou. Lá pelos anos 80 foi assim, com o épico Passagem para a Índia e a cinebiografia de Gandhi. Agora o país, um BRIC como o Brasil, volta a ser top. Tanto que esse drama romântico rodado há cinco anos finalmente foi lançado em DVD.
É bom avisar que só mesmo quem gosta de lágrimas vai se deixar levar. Os mais durões podem achar uma xaropada. Mas não é um passatempo desprezível. A história começa quando chega à cidade de Rajapur a jovem inglesa Samantha (Kelli Garner). Ela procura por um homem chamado Jai Singh (Manoj Rajpai).
Logo se sabe que o indiano teve envolvimento com Sarah (Lynn Collins), que foi ao local em lua-de-mel com Jeremy (Justin Theroux). Em seguida se descobre até que ponto uma pessoa, no caso Sarah, pode renunciar por amor. E será que você adivinha qual a ligação de Samantha com Jai? (Ronaldo Victoria)

domingo, 24 de julho de 2011

A Batalha do Mundo: Invasão de Los Angeles

Aaron Eckhart defende o mundo dos invasores
Google Image
Está faltando pouco tempo. Esta aventura americana, com toques de ficção científica, estabelece o dia 12 de agosto de 2011 como a data em que o mundo será invadido por alienígenas ferozes, dispostos a destruir a nossa civilização. O princípio já parte de uma boa dose de paranóia, o que sempre rendeu filmes exagerados e discussões na internet.
O roteiro também fala (acredite se quiser) de aparições de OVNIs (objetos voadores não identificados) nos últimos anos em várias cidades do mundo, de Buenos Aires a Seul, de Paris a Pequim. Toda essa teoria, porém, vira triste realidade com a invasão que vai derrubando uma por uma as grandes capitais, restando Los Angeles como a última fronteira.
Claro, já que o filme é americano, tinha de ser uma cidade deles! Tirando esse fiapo de história, o que mais chama a atenção mesmo são os efeitos especiais. E a novidade é ver Aaron Eckhart, que quase sempre atua em filmes mais densos, na pele do sargento da Marinha que comanda o contra-ataque. (Ronaldo Victoria)

sábado, 23 de julho de 2011

Esposa de mentirinha

Jennifer Aniston e Adam Sandler: confusões no Havaí
Google Image
Adam Sandler conseguiu a façanha de retratar boa parte do público médio americano com suas comédias. O engraçado mesmo é que quando ele tenta voos mais ousados, como no penúltmo filme, dirigido por Judd Apatow, foi um fracasso. Parece que o povo gosta mesmo é do Sandler básico, sem maiores pretensões de agradar a crítica.
É o que acontece com essa comédia que fez grande sucesso de bilheteria. Aqui Sandler vive um médico que se dá bem com as mulheres, e usa sempre de uma artimanha peculiar: ele conta que é separado e tem problemas com a ex-esposa que tenta separá-lo dos filhos.
Quando ganha uma nova garota vai até o Havaí para uma viagem romântica. Mas convence a sua secretária, vivida por Jennifer Aniston, a fazer o papel de ex-mulher (daí o título nacional), junto com seus dois filhos. O elenco está bem à vontade e até Nicole Kidman deixa de lado a fase estrela para interpretar uma perua neurótica. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ao Sul da Fronteira

Hugo Chavéz ao lado do diretor Oliver Stone
Google Image
Merece admiração o fato de o diretor americano Oliver Stone ousar fazer um documentário com todos os presidentes que são demonizados por grande parte da impresa de seu país. Aliás, nos países de origem eles também são, mas isso é outra história. Oliver Stone ganhou fama por ser um entusiasta de teorias da conspiração, o que lhe trouxe tantos fãs quantos críticos (vide JFK e Nixon).
Aqui ele tem até boa parte de razão e mostra a tendenciosa (nojenta, seria melhor definição) do canal Fox News, que chega a afirmar que o presidente venezuelano Chavéz confessou ser viciado em cocaína (confundiu coco com coca). Fiel a suas convicções, Stone escolhe para o documentário figuras políticas de causar arrepios num leitor da revista Veja: Chávez, Raul Castro (Cuba), Rafael Correa (Equador), Cristina Kirchner (Argentina), Lula e Evo Morales.
Nem todos brilham. Chavez, claro, que ama um microfone, deita e rola. Mas Lula está surpreendentemente apagado, ou mal aproveitado. De qualquer forma, é uma bela opção. A não ser que você seja direitista demais... (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Reencontrando a Felicidade

Nicole Kidman e Aaron Eckhart: vida em pedaços
Google Image
O primeiro nome que teria esse filme no Brasil era Perder um Filho. Que além de ser por demais explícito e contar o mote da drama, com certeza iria afastar o público. Ficou esse, meio chocho, e mesmo assim não conseguiu o sucesso esperado. Ao menos marcou a volta de Nicole Kidman após um período de escolhas erradas (e de botox exagerado, dizem as más línguas). Ela voltou a ser candidata ao Oscar de atriz, que foi vencido por Natalie Portman.
Nicole vive uma mulher que não consegue se reerguer após a perda do filho, que morreu num acidente estúpido. O marido, vivido por Aaron Eckart, e a mãe, interpretada por Dianne Wiest, tentam consolá-la, mas nada dá certo.
O roteiro foge do lugar comum quando a personagem acaba se encontrando justamente com o homem que estava dirigindo o carro e atropelou a criança. O resultado é bastante satisfatório, mas apenas para quem não se incomoda com filmes pesados. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tudo Azul

Lisa Kudrow e Scott Prendergast: família esquisita
Google Image
Pense numa profissão difícil. Segurança de baile funk? Repositor de bolinhas em piscina de playground de restaurante? Nada se compara ao que enfrenta Salman, personagem vivido por Scott Prendergast nesta comédia melancólica dirigida por ele. O cara fica numa roupa de espuma azul, sem espaço para colocar os braços para fora, distribuindo panfletos numa estrada.
Salman é mostrado como um sujeito sem vontade, sem capacidade de vencer na vida. Ou ao menos ter alguma ideia para sair do marasmo. Às vezes a gente tem pena dele, mas na maior parte dos momentos ele provoca raiva por sua passividade.
De tão inútil, ele acaba indo ajudar a cunhada, Leslie (Lisa Kudrow), porque o irmão está lutando no Iraque. A mulher tem de se desdobrar em dois empregos e precisa de alguém para tomar conta dos filhos, que são duas pestes. Até que as crianças acham bonito ver o tio como se fosse um herói azul. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Armas de autodestruição

Robin Williams: metralhadora do humor
Google Image
Quem não gostou da piada contra o Rio de Janeiro que Robins Williams fez no programa de David Lettermann há um ano, entende que ele já esculachava o Brasil há algum tempo. É que esse filme documenta o show tipo stand-up comedy com que ele percorreu os Estados Unidos durante o ano de 2009 inteiro. Para quem não se lembra, ele disse que o Rio ganhou o direito de ser sede das Olimpíadas ao oferecer mulatas peladas e várias fileiras de cocaína aos jurados.
Para a gente não tem muita graça, mas o humor dele segue por essa linha. Quem assiste a apresentação tem até um pouco de dificuldade para acompanhar o ritmo de fala de Williams, que parece uma metralhadora. Tanto que ao fim do espetáculo ele está literalmente encharcado. É um show polêmico, como hoje em dia tem sido tudo o que se relaciona a humor, também no Brasil. Mas Williams tem a vantagem de cutucar o puritanismo americano, com piadas de corar os mais conservadores. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Lenda de Fist: O Retorno de Chen Zen

Donnie Yen entra em ação
Google Image
Há um novo astro das artes marciais chinesas e seu nome é Donnie Yen. Bonitão e sem aparentar nem de longe os 47 anos, ele foi também o ator principal de O Grande Meste. Yen participa de cenas que parecem mais um balé e com grande efeito visual. E é bom ator, consegue convencer nas cenas dramáticas e não apenas nas que envolvem violência.
Este filme é mais uma continuação de uma saga em que vive o vingador Chen Zen. Tudo começa sete anos após a sua morte aparente, já que ele foi baleado após descobrir que foi reponsável pela morte de seu mestre na Xangai ocupada pelos japoneses.
Porém, aparece na cidade chinesa um homem estranho que se disfarça de Chen Zen, planejando uma aliança contra a máfia. Enquanto isso, o verdadeiro Chen Zen se disfarça de um lutador por noite, enquanto planeja se livrar de seus inimigos. (Ronaldo Victoria)

domingo, 17 de julho de 2011

Reino Animal

Família trabalha no crime unida
Google Image
Este drama australiana provocou surpresa pela indicação para o Oscar a melhor atriz coadjuvante de Jackie Weaver. Até então totalmente desconhecida fora do circuito de seu país, teve um desempenho marcante como a matriarca de uma família dedicada ao crime. Jackie não ganhou (a vencedora foi Melissa Leo, de O Vencedor), mas ficou famosa.
A personagem dela, Janine Cody, conhecida como Smurf, pode ser considerada a abelha rainha ao redor de quem giram todos os zangões operários (ou melhor, vaganundos e criminosos). Janine tem mão de ferro, não suporta corpo mole e leva a rapaziada na redéa curta.
Até que um dia um detetive resolve tirar Josh (James Frecheville), garoto de 17 anos, desse círculo de criminalidade. Mas a chefona e seus comandados não querem perder a chance de renovação do clã. É uma história bastante real, contada na dose exata, sem apelações. E emociona. O título também é bem sacado, mostrando o lado primitivo de quem escolhe a vida bandida. (Ronaldo Victoria)

sábado, 16 de julho de 2011

Amor por Contrato

Quarteto banca a família perfeita
Google Image
As primeiras cenas dessa comédia dramática mostram uma típica familia americana (casal charmoso quarentão e dois filhos jovens) chegando de mudança para um subúrbio chique de uma cidade bonita e burguesa. A simpatia e os sorrios parecem falsos demais, mas logo a gente descobre o segredo: eles são funcionários de uma grande corporação que vão influenciar durante um tempo os vizinhos a consumir os produtos da marca.
A ideia é bastante interessante, e funciona como uma crítica bem sacada ao consumismo sem limites. O roteiro também retrata bem os personagens, com destaque para o casal neurótico de vizinhos feito por Glenne Headly e Gary Cole.
Com o tempo porém, o quarteto mostra seu lado real. A filha (Amber Heard) adora transar com coroas casados, o filho (Ben Hollingsworth) é gay. O "pior" acontece com o par formado por Demi Moore e David Duchovny, que se apaixona de fato. Descubra. (Ronaldo Victoria)

Federal

Carlos Alberto Riccelli e Selton Mello em ação
Google Image
Essa aventura brasileira foi fracasso nos cinemas, o que vem a provar duas coisas: nem sempre adianta seguir o estilo de uma produção vitoriosa (no caso Tropa de Elite) e Selton Mello não acerta todas. O maior problema, porém, pouco tem a ver com Selton, que faz o que pode. Acontece que o roteiro não convence e os personagens não conseguem empolgar.
O policial vivido por Selton, chamado Dani, por exemplo, ao mesmo tempo que combate o tráfico de drogas, consome cocaína, essa contradição mata a identificação do espectador. Carlos Alberto Riccelli, em visual grisalho, parece apático. Até Michael Madsen, o ator americano que deve fazer mais filmes por ano (e em todos aparece com cara de quem não gostou), dá o ar da graça (?).
Com isso a surpresa acaba sendo o vilão, o traficante de Brasília Beck Batista, vivido por Eduardo Dusek, que a geração dos 80 conhecia como cantor de Rock da Cachorra e Brega e Chique. O que parece um tiro no pé para as pretensões do filme. E a tentativa de fazer crítica social soa apenas discursiva. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Separados pelo destino

Mãe e filha se perdem durante um terremoto
Google Image
É um desafio assistir a esse drama chinês sem chorar. Ou ao menos ficar com o coração apertado. A história é bastante emocionante e tem o atrativo adicional de ser baseada num fato real. Tudo começa em 1976, na cidade de Tangshan, que foi abalada por um terremoto que durou apenas 23 segundos mas causou um rastro de destruição e milhares de mortes.
Uma mulher não estava em casa na hora, mas quando volta encontra o local desmoronado e os dois filhos pequenos, um menino e uma menina, presos por uma lage de cimento. Ela encara uma Escolha de Sofia oriental, pois eles estão um em cada ponta. Se puxar um, o outro será esmagado. Escolhe o menino (calma, é só o começo da história), mas a menina sobrevive milagrosamente.
Quando ela consegue escapar, não encontra mais ninguém e acaba sendo criada em outro lugar e por outra família, crente que todos morreram. Porém, 30 anos depois, durante mais um terremoto, o destino acaba pregando outra peça. Preparem seus lenços. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Meu Adorável Treinador

Hugh Dancy ao lado de um de seus pupilos
Google Image
É uma tradição cinematográfica que vem desde os tempos de Charles Chaplin, cujo personagem, Carlitos, era conhecido como Adorável Vagabundo. Houve muitos outros exemplos, até no Brasil com Bonga, o Vagabundo, que deu origem ao Didi Mocó de Renato Aragão, e o filme com música de Chico Buarque e nome bem sugestivo: Vai Trabalhar Vagabundo.
O fato é que os caras que não gostam muito de suar a camisa (braço-curto, como se dizia) quase sempre são vistos com simpatia pelo cinema. É o caso dessa comédia estrela por Hugh Dancy, que vive Nick, um sujeito que não quer nada da vida.
De tanto ver o tempo passar, sua namorada se estressa e diz que vai terminar o relacionamento se ele não tomar um rumo. Então arruma um emprego de treinador de um time juvenil de basquete. Tudo parece ir bem, até que uma médica entra em campo (ou na vida dele) para deixá-lo mais indeciso. Não é nada especial, mas diverte. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Secretariat

Diane Lane e John Malkovich com o cavalo vencedor
Google Image
O título original parece sem sentido para o espectador brasileiro, e por isso a distribuidora nacional colocou como subtítulo algo bem mais chamativo: Uma História Impossível. Porque é de superação, desafio aos limites, que fala essa produção que pode passar despercebida mas merece toda a atenção. O motivo é fazer sonhar e acreditar que tudo é possível, com força de vontade.
Por mais cínicos que nos achemos, isso faz bem, ou não? Secretariat, o herói da trama, tem quatro patas. É um cavalo puro sangue que uma dona de casa e mãe, Penny Chenery (Diane Lane), recebe de herança quando seu pai se aposenta.
O problema é que ela é uma dondoca que nada entende de cavalos. Porém, consegue a ajuda de um treinador veterano, Lucien Laurin (John Malkovich) e o impossível acontece: Secretariat foi o grande vencedor da Tríplice Coroa do turfe, em 1973. E tudo é baseado em uma história real. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Suprema Felicidade

Marco Nanini interpreta o avô malandro
Google Image
Por causa desse filme, os inimigos de Arnaldo Jabor (e eles não são poucos), perderam um precioso argumento para refutar suas ácidas crônicas políticas: a de que seria um cineasta frustrado, há mais de 20 anos sem dirigir, e por isso destilava amargura. Porém, o que a gente observa é que os personagens desse drama não parecem falar naturalmente: dão a impressão de que recitam crônicas de Arnaldo Jabor.
Tudo é de tintas claramente autobiográficas, e quem já leu algum texto de Jabor falando do avô boêmio e do pai pequeno burguês reconhece Marco Nanini e Dan Stulbach na hora. Nanini, e isso não é novidade, está perfeito, mas Elke Maravilha não parece muito indicada para a avó submissa.
O papel de alter ego de Jabor fica com Jayme Matarazzo, e Tammi Di Calafiori acrescenta sensualidade nas cenas do bordel chique. Não chega a irritar, mas para ser um Amarcord ainda falta muito Fellini. Seja como for, Jabor é sempre pretensioso. O que é uma qualidade e um defeito. (Ronaldo Victoria)

domingo, 10 de julho de 2011

Cyrus

Jonah Hill, Marisa Tomei e John C. Reilly em cena
Google Image
O subtítulo brasileiro (Não se meta com a minha mãe), além de ser de mau gosto, entrega o enredo dessa aparente comédia, mas que tem muitas cenas tristes e até amargas. E que faz a gente refletir a respeito de individualidade e limites. Porque o tema é um triângulo diferente: homem, mulher e o filho dela. Cyrus, vivido com toque de loucura por Jonah Hill, é o egoísmo em pessoa.
Tudo acontece quando John (John C. Reilly) começa a achar que sua vida está sem graça demais, a ponto de a ex-mulher, Jamie (Catherine Keener), se preocupar com ele. É quando ele decide ir à luta e conhece a atraente Molly (Marisa Tomei).
O problema (e bota problema nisso!) é que ela tem um filho, Cyrus, que com mais de 20 anos ainda vive na casa da mãe, diz que é músico mas não levanta grana com isso, é é um chupim gordo a abusado. Quando John entra na vida deles, Cyrus vai sabotar a presença dele de todas as formas possíveis. O resultado é bem interessante, e infelizmente verossímel. (Ronaldo Victoria)

sábado, 9 de julho de 2011

Sexo sem compromisso

Natalie Portman e Ashton Kutcher: medo de amar
Google Image
Depois de receber o Oscar por sua sensacional interpretação em Cisne Negro, Natalie Portman vem alterando participações em filmes mais intensos com comédia românticas como essa e até blockbuster de aventura feito Thor. Já Ashton Kutcher, que o povo do Rio já está achando chato de tanto que aparece, fica sempre nesse estilo.
A surpresa é que a dupla acaba funcionando, não apenas por conta da química, mas da história, que não é convencional. E o diretor Ivan Reitman, bastante experiente, sabe dar conta do recado. O roteiro fala de um sentimento muito em voga nos dias de hoje: a vontade de encontrar um amor, mas ao mesmo tempo o medo de se envolver sentimentalmente e quebrar a cara.
É isso que acontece com Emma e Adam, o casal central do filme, que resolve estabelecer uma regra em seu envolvimento: eles terão algo baseado apenas em sexo, e evitarão se apaixonar, para não haver cobranças nem pressões. Claro que isso fica impossível de acontecer, daí a graça da história. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Bellini e o Demônio

Fábio Assunção exibe um jeito de quem nada quer
Google Image
A gente sabe que este filme (assim como o anterior e a série de livros criada pelo titã Tony Belloto) segue, ou imita, o estilo film noir, mas cá entre nós a escuridão ficou demais. Tem horas que mal se consegue visualizar em cena. Ou será que preciso trocar os óculos? Tirando isso, que é até acessório, o essencial é que a produção no que se refere a tudo, de direção a atuação, é de uma pretensão titânica.
Tudo soa artificial, datado, com o roteiro que corteja um niilismo de fachada e que no final das contas resulta vazio demais. Na pele do protagonista, o detetive Remo Bellini, Fábio Assunção parece estar ali a contragosto, já que fez o esmo papel no primeira aventura da série. Melhor nem falar dos problemas que enfrentava na época em que a história foi rodada...
Quanto ao enredo, pouco tem de original, e envolve uma investigação a respeito de uma menina que foi envolvida numa seita satãnica (claro, para justificar o título). Na pele de uma jornalista, Marília Gabriela não convence. Ainda bem que ela parece ter desistido de ser atriz. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cadê a Minha Entrega?

Pacote errado causa muitas encrencas
Google Image
Depois a gente reclama do Sedex e que os Correios já não são mais os mesmos... Imagina se tivessem um entregador como Leo (Donald Faison), o herói (ou mané) desta comédia. A entrega a que se refere o título é nada mais nada menos que uns tijolos de cocaína que um poderoso traficante resolve mandar para um "avião" que trabalha em seu esquema.
O ponto de partida já não é muito fácil de aceitar. Como assim um traficante mandar uma fortuna em droga para ser despachado por um serviço de entrega? Para complicar, Leo entrega o bagulho no apartamento ao lado, onde moram três malandros.
Claro que os caras, mais otários do que espertos, acham que a coisa caiu do céu e resolvem aproveitar. Nem se tocam que o dono real vai aparecer. Enquanto isso, o verdadeiro destinatário e sua namorada neurótica passam poucas e boas para explicar que não receberam nada. Dá para rir, com algum esforço. (Ronaldo Victoria)

Danika

Marisa Tomei fica entre o real e a alucinação
Google Image
Demorou para chegar ao mercado de DVD (já havia passado no Telecine) este drama estrelado por Marisa Tomei, em uma fase sem muito brilho. É uma produção modesta mas que faz pensar sobre as escolhas feitas em vida. O final é daqueles que surpreendem, mas só será aproveitado se o espectador entrar no clima do filme. Que é um tanto sombrio, esse é o problema.
A personagem de Marisa é uma bancária estressada, com muitos problemas pessoais e no trabalho. Ela passa por um assalto e de repente é acusada pela chefe de estar se deixando afetar demais por tudo o que a roda. Em casa, a situação não está nem um pouco diferente.
Casada com o bonitão Randy (Craig Bierko), ela tem três filhos que passam pela fase da rebeldia. Tanta pressão a faz procurar uma psiquiatra (Regina Hall). Mas tudo se resolve durante uma cena em que Danika está no carro com as três crianças. Aí entendemos de fato quem ela é... Descubra. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Kick Ass - Quebrando Tudo

Aaron Johnson: herói sem vocação
Google Image
É uma aventura americana, baseada em história em quadrinhos, com um tom nerd e para quem gosta de violência estilizada, do jeito que Tarantino deixou famoso há uns 20 anos. Essa receita já é de antemão considerada legal pelo pessoal que tenta ditar as regras do gosto cinematográfico. Dá uma certa implicância de antemão, que só não se concretiza porque a pretensão é substituída pela simpatia.
Então, dá para curtir. O heroi (ou anti-herói) é David (Aaron Johnson), adolescente que sonha com o universo dos super-heróis. Até que tenta colocar em prática, arrumando uma roupa verde e amarela ridícula e se dizendo Kick Ass.
A sua primeira aventura dá errado, mas a segunda faz com que se torne famoso, ao ter sua façanha documentada e colocada no YouTube. É mais um toque de que hoje só "existe" quem consegue ao menos uns 15 segundos de fama. Logo ele passa a ser acompanhado por uma dupla marcante; Big Daddy (Nicolas Cage, que ao contrário de seus últimos filmes parece gostar do personagem) e Hit Girl (Chloe Moretz). Chloe é uma revelação num papel polêmico, com violência demais para sua idade. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Grito 3

Terceira versão do terror acontece em Chicago
Google Image
Bom, parece que depois dessa a conclusão é que de três não passa. Pelo menos até agora não foi anunciada a quarta edição da saga da fantasminha japonesa (e cabeluda) Kayako, que assombou tanta gente. Também, depois do original de 2002, e das duas adaptações americanas, realizadas em 2004 e 2006, parece que a história não dá mesmo muito caldo.
O que se percebe nessa terceira parte, que não empolgou nem um pouco o público. Os sinais são evidentes tanto no roteiro, quanto na falta de atores mais famosos e carismáticos, como a Sarah Michelle Gellar que deu uma levantada nas duas primeiras produções.
Agora tudo se passa em Chicago (falta de orçamento para muitas cenas no Japão), para onde vai uma conhecedora da maldução de Kayako alertar uma família sobre os riscos que corre com a vingativa. A ambientação é mais fechada, quase tudo se passa num prédio antigo, mas falta clima. (Ronaldo Victoria0

domingo, 3 de julho de 2011

O Sinal

Anessa Ramsey enfrenta maldição misteriosa
Google Image
É fácil falar mal (nem digo criticar, o que é diferente) de um filme de terror. Acontece que todo roteiro precisa de um "gancho" para prender o espectador e fazer com que fique com medo, claro. Só que é muito difícil que um roteiro seja racional, senão não seria filme de terror, não? Mas muita gente não consegue embarcar se não passar pelo entendimento claro.
É o que parece ter acontecido com O Sinal, que não fez muito sucesso e demorou para chegar às locadoras brasileiras, mais de três anos depois de seu lançamento. A história fala sobre um sinal misterioso que ao ser captado por alguma pessoa, faz com que ela passe a mudar totalmente seu comportamento. Ou seja, gente pacata sai por aí matando.
Não parece muito entusiasmante. Mas os diretores (David Bricker e Dan Bush) não fazem tão feio assim. É claro que não se trata de nada especial, mas dá para assistir sem passar raiva. E a solução tem a ver com um zumbi. Os atores centrais, AJ Bowen e Anessa Ramsey, não comprometem. (Ronaldo Victoria)

sábado, 2 de julho de 2011

Ondine

Alicja Bacleda e Colin Farrell: conto de fadas moderno
Google Image
Se já é difícil para as comédias românticas encontrar um público maior (a população masculina tradicional tem sérias taxas de rejeição), fica ainda mais complicado para aqueles filmes românticos que se assumem como fábulas da vida real. Muita gente torce o nariz e é por isso que Ondine não fez sucesso, nem sendo lançado nos cinemas do Brasil, apesar da presença estelar de Colin Farrell.
Ele vive Siracuse, um pescador irlandês que pouco tem a fazer da vida a não ser trabalhar, beber quando está de folga e cuidar sozinho da filha Annie (Alison Barry). Para complicar, a menina parece mais esperta do que o pai queria.
Até que um dia o cara joga a rede no mar e quando puxa, quem está presa? Uma mulher. E uma bela mulher, a misteriosa Ondine (a polonesa Alicja Bacleda). A moça quase não fala nada a respeito de sua vida. Será que se trata de uma sereia? Seja como for, a vida de pai e filha jamais será a mesma. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Minha Cama de Zinco

Paddy Considine, Uma Thurman e Jonathan Pryce: triângulo amoroso
Google Image
O drama é baseado numa peça famosa do inglês Davi Hare, que já escreveu para o cinema textos belíssimos como As Horas e o Leitor. Só que esta produção não esconde ser o que se chama de teatro filmado, ou seja, uma sucessão de cenas sem muito movimento, em que a narrativa é o que chama atenção acima de outros detalhes.
Para muitos, é cansativo e aborrecido. Para outros, vale a pena. Entre os dois grupos, o segundo parece ter mais razões, já que se trata de um texto que faz refletir. O tema principal é o alcoolismo e como ele pode sim destruir o amor verdadeiro.
É o que acontece com Peter (Passy Considine), que se apegou à garrafa até perder o respeito. Até que aparece a chance de ele trabalhar com Victor (Jonathan Pryve), um empresário importante. Mas não demora a descobrir que Elsa (Uma Thurmann), a mulher do chefe, foi seu amor no passado. (Ronaldo Victoria)