segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Leningrado

Gabriel Byrne testemunha o horror da guerra
Foto: Google Image

Curiosa (e boa) opção nas locadoras de DVD, o drama de guerra é dirigido por um russo, Aleksandr Buravsky, falado boa parte do tempo na língua e até os créditos de apresentação são exibidos no alfabeto cirílico, vigente naquele país, o que reforça a curiosidade. O título da cidade que, hoje, com a queda do comunismo, voltou a se chamar São Petersburgo, não acontece à toa.
Tudo é ambientado lá, num dos episódios mais cruéis da Segunda Guerra Mundial. Engraçado (ou triste?) é que os americanos venderam heroísmo com filmes e livros sobre o assunto, mas quem encarou Hitler e os nazistas na marra foram mesmo os russos, naquele tempo ainda chamado de soviéticos.
A personagem principal, porém, é inglesa, a jornalista Kate Davis (Mira Sorvino), enviada ao local para fazer a cobertura. Lá ela descobre o lado mais duro do conflito, uma das decisões mais desumanas de Hitler, o cerco a Leningrado, que cortou o abastecimento de comida à cidade. São chocantes as cenas de gente, incluindo crianças, morrendo de fome. Gabriel Byrne também tem destaque como o chefe de Kate, que luta para resgatá-la do horror. (Ronaldo Victoria)

domingo, 29 de novembro de 2009

Entre os Muros da Prisão

Emile Berling vive o menino que enfrenta a repressão
Foto: Google Image
O drama francês dirigido por Christian Faure (Les Hauts Murs) teve no Brasil uma forçada de barra na tradução do título a fim de forçar uma semelhança com o ótimo Entre os Muros da Escola. Mas isso é o de menos, já que também vale a pena. A história é ambientada numa época em que a França vivia em guerra. Relata o descaso que vitimava órfãos, crianças enviadas para centros educacionais vigiados, que nada mais eram que cadeias.
A violência era a norma no ambiente, com chefes malvados, surras habituais, o amigo protetor, a gangue que exige obediência e o garoto que não suporta a pressão e se mata. São clichês, sim, mas se mostram verdadeiros dentro do que o filme aborda.
O herói é Treguier (Emile Berling), que chega ao local depois de uma série de rebeldias sem saber o que esperar. Atriz consagrada, Carole Bouquet faz participação especial num papel impossível de despertar simpatia: a mãe que, pressionada pelo novo marido, entrega o filho para a instituição. Para ser descoberto nas locadoras. (Ronaldo Victoria)

sábado, 28 de novembro de 2009

O Guerreiro Gengis Khan

Tadanobu Asano interpreta o guerreiro mongol
Foto: AllMovie Photo
A gente se convencionou a associar a Gengis Khan a expressão “guerreiro sanguinário”. Claro, já que a história dos orientais que chega até nós foi criada por ocidentais. Pois este épico produzido no Cazaquistão, dirigido por Sergei Bodrov, e que foi candidato ao Oscar de filme estrangeiro, mostra que não é nada disso. Ou não é bem assim. Começa que Gengis Khan não é um nome, mas uma expressão que significa “grande líder”.
O nome real é Temujin (Tadanobu Asano), que nasce nas estepes da Mongólia em 1992. Filho do Khan da época, assassinado pelos inimigos, ele enfrenta todo tipo de violência até conseguir se torna ele mesmo o líder. Vinte anos depois, se torna o comandante capaz de rivalizar com o império chinês.
Se passou para história como genocida, o diretor Bodrov pinta um retrato humano de Temujin, como homem que perdoa inimigos, adota filhos que não são seus e fiel a mesma mulher, prometida a ele ainda na infância. Na parte técnica, a produção também faz bonito, copiando sem desvantagem as cenas de ação hollywoodianas. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Incendiário

Ewan McGregor: entre o amor e a culpa
Foto: Google Image

É bom avisar que se trata de um filme triste. Aliás, bastante triste. O drama dirigido por Sharon Maguire (Incendiary, Inglaterra, 2008) fala sobre culpa, remorso, depressão, entre outros sentimentos pesados. Tudo é ambientado em Londres, num conjunto habitacional que a personagem principal, não identificada por nome e vivida por Michelle Williams, odeia.
A moça também não gosta nada de sua vida, tanto que quando o filho de quatro anos dorme, vai a bares à caça de amores breves. Numa dessas escapadas, conhece um jornalista bonitão, Jasper (Ewan McGregor), e vai de cara para a cama com ele. O segundo encontro entre eles acontece num apartamento vazio, enquanto o marido, o policial Lenny (Nicholas Gleaves), e o filho estão no estádio vendo um jogo de futebol.
Nisso, a transmissão é interrompida para mostrar um atentado terrorista no local. A moça descobre que o marido e o filho foram mortos. O trauma faz com que mergulhe numa crise brava. Além do candidato a amante, o amigo do marido Terrence (Matthew Macfadyen), tentam ajudá-la. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Contos do Dia das Bruxas

Cena das crianças no ônibus chama a atenção
Foto: AllMovie Photo

A época do Hallowen passou, mas a dica ainda vale. Já que a data tem mais sentido nos Estados Unidos (ainda bem), nada impede que o filme seja aproveitado por aqui independente do mês. Aliás, o filme dirigido por Michael Dougherty —— que tem como título original Trick ‘r Treat, ou doces ou travessuras, frase-chave da festa —— não resulta numa grande produção de terror, mas ao menos garante uma diversão descompromissada.
Produzido por Bryan Singer, diretor de X-Men e produtor da série House, apresenta quatro histórias sangrentas que se interligam. Tudo se passa numa pequena cidade americana nas vésperas do Halloween. Os personagens são um professor psicopata Killer (Dylan Baker), uma garota (Anna Paquin) ansiosa pela "primeira vez, um velho rabugento (Brian Cox) e uma turma que tenta passar um trote assustador num garoto nerd.
O estilo do diretor faz com que as cenas apresentem uma mistura de terror com humor. O elenco é bom e segura as pontas, os efeitos especiais são bem feitos e a história do ônibus cheio de crianças fantasiadas chama a atenção. Vale uma olhada. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Meu Pai é Mãe de Equipe

George Lopez: Didi Mocó em dólares
Foto: Google Image

A capinha do DVD desta comédia familiar traz como destaque a frase "George Lopez apresenta". Mas nós, brasileiros, temos todo o direito de perguntar: quem é ele, pai ou irmão da Jennifer? Nada disso, Lopez é um dos cômicos de maior sucesso na televisão americana. Ele sempre vive personagens um pouco bobos mas de bom coração, uma espécie de Didi Mocó em dólares. Uma sitcom com seu nome durou seis temporadas e rendeu a ele o prêmio de maior "pai televisivo" do ano.
Feitas as apresentações, vamos à comédia dirigida por William Dear (Mr. Troop Mom, EUA, 2009). Aqui Lopez interpreta adivinhem que tipo de papel? Um paizão amoroso e preocupado, claro. Eddie é um advogado que perdeu recentemente a esposa e não tem muito tempo para a filha de 13 anos, Naomi (Daniella Bobadilla).
Doido para se aproximar da garota, ele topa ser acompanhante dela e das amigas durante um acampamento de verão, já que toda equipe precisa de uma mãe. O roteiro é cheio de clichês, com a velha rivalidade entre os times e com uma chefe de acampamento megera, vivida por Jane Lynch. Mas você esperava algo diferente? (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vice Imoral

Michael Madsen e Daryl Hannah: entre a lei e o vício
Foto: Google Image

O que seria um vice imoral? O José Alencar contando uma piada suja? O Joe Biden, vice do Obama, tendo um caso com a secretária? Nada disso, para você ver como a tradução do título é idiota. Vice, nome original do suspense dirigido por Raul Inglis, significa vício, só isso. Por que não deixar o DVD apenas com esse título? Vá entender essas distribuidoras.
O roteiro discute os problemas causados pelo vício entre policiais, justamente a profissão encarregada de combatê-lo. O personagem principal é Walker (Michael Madsen, ator que somente este ano já atuou em 18 filmes, quase nenhum de muita expressão), que vem trabalhando no limite. Tudo se complica quando uma negociação é mal resolvida: 40 quilos de heroína desaparecem após uma transação e os policiais que investigam o sumiço são mortos um a um.
Ao tentar resolver o assunto, Walker enfrenta os fantasmas de seu passado. E sua parceira Salt (Daryl Hannah, que envelheceu mal e está com um penteado esquisito) mais atrapalha do que ajuda. O resultado, se não é especial, ao menos não aborrece o espectador. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A Chamada

Shane West em cena do suspense ao lado de Tamara Feldman
Foto: Google Image

Esse suspense coloca em discussão uma questão totalmente na moda, nesses tempos de avanços tecnológicos cada vez mais constantes e em que um dos maiores receios é a invasão de privacidade. Essa paranóia anda cada vez mais em alta e nunca falta quem imagine que tudo que a gente fala ou escreve é espionado por órgãos do governo ou grandes corporações, denominação muito em voga.
Não é à toa que o título original de A Chamada tenha a palavra conspiração (Echelon Conspiracy, EUA, 2009, direção de Greg Marcks). O roteiro fala sobre Max (Shane West), jovem engenheiro de computação que recebe um pacote vindo de remetente desconhecido. Dentro encontra um celular de última geração, muito mais moderno do que os modelos disponíveis no mercado.
Logo ele descobre que é um presente de grego, pois se envolve numa teia de acontecimentos difícil de entender. O final lembra 2001 Uma Odisséia no Espaço e a revolta da máquina 2001. O elenco de apoio é eficiente, com Edward Burns, Ving Rhames, Jonathan Pryce e a bela Tamara Feldman. O resultado prende a atenção do espectador. (Ronaldo Victoria)

domingo, 22 de novembro de 2009

Lua Nova

Kristem Stewart e Robert Pattinson no segundo episódio da série
Foto: AllMovie Photo
Quem ainda não entende o fascínio que a série baseada nos livros de Stephenie Meyer exerce sobre os adolescentes (principalmente as garotas), vai entender menos ainda as filas enormes nos cinemas. A autora tocou num ponto sério da juventude, o desejo e ao mesmo tempo o medo do primeiro amor. Como todo mundo já deve saber, a série (são quatro livros, esse é baseado no segundo), fala sobre uma garota comum, Bella (Kristen Stewart), que se apaixona por um vampiro do bem, Edward (Robert Pattinson).
O primeiro acerto da autora foi tirar das criaturas sanguessugas a aura maligna e ligada a sexo. Também apaixonado, Edward evita sangue humano e não quer machucá-la. O que tem sido visto como uma metáfora sobre a necessidade de adiar a sexualidade. Por isso conta com apoio da geração mais velha.
Esta segunda aventura mostra como uma paixão vai se amadurecendo. Edward, preocupado com a amada, se afasta e fica observando a garota por telepatia. Enquanto isso, Jacob (Taylor Lautner), o amigo sarado e lobisomem da garota, se insinua. Mas o filme termina com uma frase marcante de Edward. Duvida que um ano depois todo mundo vai voltar? (Ronaldo Victoria)

sábado, 21 de novembro de 2009

O Grupo Baader Meinhof

Moritz Blibtreu intepreta o terrorista Andreas Baader
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Para a geração mais nova é provável que o Baader Meinhof seja apenas o nome de um blues de Renato Russo gravado no primeiro disco da Legião Urbana. Pois com esse filme, vibrante e provocativo, podem saber que se trata de um dos grupos terroristas mais ativos e sanguinários da Europa nos anos 70.
O drama dirigido com classe por Uli Edel, que também faz carreira no cinema americano (Der Baader Meinhof Komplex, Alemanha, 2008), foi candidado ao Oscar de filme estrangeiro (perdeu para o japonês A Partida) e vem colhendo elogios pelo mundo. O nome do grupo reúne os sobrenomes de Andreas Baader (Mortiz Bleibtreu) e Ulrike Meinhoff (Martina Gedeck), esquerdistas radicais que se unem, apesar dos gênios opostos: ele é mais sangrento, ela é racional e ao mesmo tempo mais vingativa.
Curioso que a centelha do grupo foi detonada pela própria polícia alemã. Tudo começou quando os jovens foram protestar contra a visita do então xá da Pérsia e foram reprimidos a bombas e cassetetes. O roteiro mostra como, mesmo com Baader e Meinhof presos, uma nova geração, ainda mais dura, sucedeu os criadores. E não há como ter qualquer simpatia por eles. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Jean Charles

Selton Mello e Vanessa Giácomo: brasileiros em trânsito
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Quem assiste a este drama baseado em fatos reais —— Jean Charles de Menezes, eletricista brasileiro radicado em Londres que foi morto em 2005 no metrô, confundido com um terrorista —— fica sem entender uma coisa. Por que diabos não foi o escolhido brasileiro para concorrer à indicação ao Oscar de filme estrangeiro, e sim o equivocado Salve Geral?
Afinal, o filme dirigido por Henrique Goldman, ele mesmo um brasileiro que vive na capital inglesa, não fica naquela lenga-lenga de bandido e violência, que ninguém aguenta mais. Ao contrário, fala de forma humana sobre Jean. O personagem é mostrado de um jeito doce e real, e a bela e comovente interpretação de Selton Mello só ajuda.
Goldman tem outra bela qualidade. Ao falar sobre uma pessoa real, ele não comete o erro de muitos cineastas nacionais, que fazem do filme algo como um samba-enredo na Sapucaí: ou seja, só louvam, só mostram pretensos heroísmos vazios. Jean Charles, na visão de Selton e do cineasta, é gente como a gente. Por isso mesmo, seu martírio, que acontece de forma tão tola, nos toca tanto. O elenco de apoio, com destaques para Vanessa Giácomo e Luiz Miranda, é outro ponto alto. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Inimigo Público nº 1

Vincent Cassel dá um banho de interpretação
Foto: Google Image

É bom avisar que ao final da projeção em DVD há um incômodo aviso: essa história continua. Sinal de que a vida de Jacques Mesrine, vivido com toda intensidade por Vincent Cassel (que fez até um filme brasileiro, À Deriva, e falando em português), tem mais crimes do que a gente imagina. O drama dirigido por Jean-François Richet (L’Instinct de Mort, França, 2008) é intenso e bem resolvido, mas não fez muito sucesso no cinema, talvez pelo título parecido demais com Inimigos Públicos, estrelado por Johnny Depp.
Mas vale a pena ser conhecido. Essa primeira parte mostra o despertar dele para o crime, começando quando era um combatente na sangrenta guerra da Argélia, ocasião em que os franceses mostraram suas garras ao reprimir o anseio por libertação. A partir dos anos 60 e 70, Mesrine apavorou o país com seus roubos a banco, sequestros e assassinatos, recebendo o título do filme, que o tornou conhecido.
As primeiras cenas já mostram a morte do bandido, sangrenta e nas mãos da polícia, como era de se esperar. O que o público acompanha é a carreira do mal do bandido. O diretor, porém, evita julgá-lo apenas como a encarnação do mal (o que seria mais confortável). E Cassel dá um banho de interpretação. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Veia de Lutador

Channing Tatum enfrenta a barra-pesada das lutas forjadas
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Personagens que ganham a vida na briga fazem parte da tradição de Hollywood desde o começo do cinema. Talvez Rocky o Lutador tenha sido o mais famoso (afinal, ganhou o Oscar de melhor filme), mas existem dezenas de outras produções como Touro Indomável e O Lutador, mais recente, que voltou a colocar o gênero em alta. Este filme (Fighting, EUA, 2009), dirigido pelo latino Dito Montiel, consegue resultado razoável, apesar de um problema: a história nada original.
O papel principal é de Channing Tatum, galã em alta que estrelou Ela Dança Eu Danço e fez participação em Inimigos Públicos. Ele vive o jovem interioriano Shawn MacArthtur, que tenta sobreviver em Nova York como camelô de produtos piratas. Um dia, uma de suas fugas do "rapa" chama a atenção do golpista Harvey Boarden (Terence Howard).
O malandro o apresenta ao círculo das lutas, meio perigoso já que boa parte dos combates é combinado. Ou melhor, o reapresenta, já que o pai de Shawn teve ligação estreita com esse ambiente, o que chegou a traumatizar o filho. O rapaz logo mostra a que veio, ganha várias lutas, mas com o tempo vai ter de enfrentar um desafio muito maior. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A Corrente do Mal

Mhairi Anderson vive a capetinha irlandesa
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Filmes que mostram o lado mau de crianças são sempre polêmicos. Recentemente tivemos no cinema a exibição de A Órfã, que também dividiu opiniões. Exemplo clássico é A Profecia, que falava sobre o suposto anti-Cristo. Aqui temos uma produção bem mais modesta, totalmente rodada numa cidade do litoral irlandês —— por isso, ao menos o visual não admite críticas —— e com resultado irregular.
O suspense (The Daisy Chain, Reino Unido, 2008), dirigido por Aisling Walsh, fala sobre um casal inglês, Martha (Samantha Morton) e Tomas (Steven Mackintosh), que depois de perder uma filha decide se mudar para um lugar mais calmo. Assim que chegam no local, conhecem a estranha garota Daisy (Mhairi Anderson), que acabou de perder a família num incêndio suspeito.
Apesar de certas evidências, Martha se encanta pela menina, por causa do trauma com a perda recente. E nem adianta o marido tentar alertá-la, o que irrita o espectador. O que também não se engole são certas cenas como a do pescador que tenta matar a menina. É uma opção curiosa, mas dificilmente será satisfatória. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

2012

John Cusack encara as ameaças do fim do mundo
Foto: AllMovie Photo

Alguém ainda leva a sério previsões a respeito do fim do mundo? Nem Hollywood. A prova é esse filme de aventura-catástrofe, que estreou em grande circuito. A direção é do alemão Roland Emmerich, que parece ter se especializado em apocalipse, já que fez antes Independence Day e O Dia Depois de Amanhã.
O roteiro é inspirado (ou seria melhor dizer "pirado") numa profecia maia, já que a antiga civilização parou seu calendário em 20 de dezembro de 2012. Para dar uma sustentação científica, cria-se a teoria que os raios solares foram absorvidos em demasia e fizeram com que o centro da Terra funcionasse como um micro-ondas esse tempo todo. Vá acreditar!
Para solucionar o problema, o cientista do bem, Adrian (Chiwetel Ejiofor), tenta alertas as autoridades. Mas o ganancioso Anheuser (Oliver Platt) só pensa na construção de naves no pico do Himalaia para salvar quem pode pagar uma fortuna. Mas o herói é Jackson Curtis (John CusacK), escritor fracassado surpreendido pelos acontecimentos junto com a família. É tudo exagerado, barulhento, sem fazer muito sentido, mas a diferença é que não se leva muito a sério. Em várias cenas, o humor diz presente. Quem levar a sério dá prova de ranzinzice. A saída é curtir como se fosse um videogame, deixando os neurônios de molho. (Ronaldo Victoria)

domingo, 15 de novembro de 2009

Um Príncipe em MInha Vida 3

Chris Geere e Kam Heskin: lua-de-mel atrapalhada
Foto: Google Image
Nesta terceira aventura do conto de fadas cinematográfico mostra o casal real tentando fazer o que ainda não havia conseguido: aproveitar a lua-de-mel após o casamento. A primeira produção trazia Julia Stiles, na época ainda em alta como estrela jovem, na pele da americana Paige, que seduz o príncipe dinamarquês Edvard, então vivido por Luke Mably.
O segundo episódio, que falava sobre a união, já trouxe Kam Heskin como Page. Agora, Chris Geere assume a pele do dinamarquês, agora monarca. Na verdade, faz pouca diferença. O que conta é o fato de ser um romance inofensivo, sem muitas qualidades, e que logo deve ser cartas das sessões da tarde na Globo.
A história fala sobre a dupla real decidir descansar na Belavia, onde, espera, será menos perseguida pelos paparazzi. Mas os dois não contavam que o fato seria aproveitado por um primeiro-ministro ganancioso para aprovar um projeto contra o ambiente. (Ronaldo Victoria)

sábado, 14 de novembro de 2009

Transformers - A Vingança dos Derrotados

Megan Fox e Shia LaBeouf: orgia de efeitos especiais
Foto: AllMovie Photo

Há produções cinematográficas que ganham uma representação que vai além delas mesmas. É o caso de Transformers - A Vingança dos Derrotados (Transformers - Revenge of the Fallen, EUA, 2009), com direção de Michael Bay. Quem não gosta enxerga no filme para onde está indo o cinema em sua busca por enormes quantidades de efeitos especiais e taxas mínimas de cérebro. Os que adoram enxergam nele o antídoto ideal contra a chatice.
Nas primeiras cenas desta continuação os autobots, as máquinas do bem, colaboram com o exército americano em regime de sigilo para impedir que os decepticons, os monstrengos maldosos, voltem a ameaçar o planeta. Logo em seguida, revemos Sam (Shia LaBeouf), prestes a entrar na faculdade, prestando juras de amor a Mikaela (Megan Fox, tida como a nova Angelina Jolie).
O que se segue durante duas horas e meia é aquilo que se espera: um show de técnica, ação vertiginosa do começo ao fim e um fiapo de história, com todos os clichês dos filmes de aventura. Os fãs deliram. Os críticas ficam com a sensação de que foram atropelados por um robô desgovernado. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Visitante

Richard Jenkins e Hiam Abbas: amor e tolerância
Foto: AllMovie Photo

É um filme belíssimo, a respeito de um sentimento infelizmente em baixa nos dias de hoje: a tolerância. Por sua atuação no papel principal, Richard Jenkins, que antes só era coadjuvante em comédias como As Loucuras de Dick e Jane e Quem Vai Ficar com Mary?, surpreendeu e foi indicado ao Oscar de melhor ator. Merecidamente, aliás.
Jenkins vive o professor universitário Walter Vale, recentemente viúvo e que não acha muita graça da vida. Tenta aprender a tocar o piano da esposa, mas vende o instrumento. Um dia, ao dar uma palestra em Nova York, leva o maior susto ao entrar no apartamento que ocupa em temporadas. O local está ocupado por um casal: o músico sírio Tarek (Haaz Sleiman) e a artesã senegalesa Zainab (Danai Gurira).
Em vez de expulsar os "visitantes", ele os convida a ficar até arrumarem outro local. A convivência acaba abrindo novos horizontes para Walter. Um dia, porém, por conta de um simples incidente no metrô, Tarek é preso e ameçado de deportação. É a paranóia pós 11 de setembro dando as caras. De outra cidade vem a mãe do rapaz, Mouna (Hiam Abbass) para tentar defendê-lo. Entre eles nasce uma bela relação. Imperdível. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cavaleiros do Apocalipse

Ziyi Zhang e Dennis Quaid: em busca de assassinos rituais
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O tema desse suspense dirigido pelo sueco Jonas Akerlund (Horsemen, EUA, 2009) é bastante fantasioso. Boa parte da história fica difícil de engolir, e ainda mais se for levado em conta que parece um cópia do ótimo Seven. Afinal, há um psicopata a solta, assassinatos ritualísticos e com um tema definido, os sete pecados capitais naquele filme e os quatro cavaleiros (morte, guerra, fome, peste) nesse aqui.
O personagem principal é Aidan (Dennis Quaid), investigador de polícia designado para resolver os casos. Ao mesmo tempo ele precisa conciliar sua difícil vida pessoal, já que acabou de ficar viúvo e não sabe como lidar com os dois filhos órfãos de idades diferentes.
Logo que aparece a primeira vítima, uma mulher rica, descobre que uma das criminosas é a chinesa Kristin (Ziyi Zhang, de O Tigre e o Dragão e Memórias de uma Gueixa). Mas a surpresa é saber quem é o comparsa da moça.
Apesar do roteiro fraco, o filme apresenta um qualidade, que é abordar um assunto sério: o problema que pode resultar a falta de atenção dos pais, normalmente mais preocupados com o trabalho, que deixam os filhos soltos. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Viagem sem Volta

Leelee Sobieski: ambição e crueldade
Foto: Google Image

Esse suspense (Night Train, EUA, 2009, direção de Brian King) questiona várias coisas como ambição e personalidade. E é bom avisar de cara que o resultado fica mediano. Tudo acontece num trem antigo, com poucos passageiros, e na véspera do Natal. Um homem chega atrasado e logo após a partida morre misteriosamente, provavelmente de enfarte fulminante. Em seu colo, resta uma misteriosa caixinha.
Quando se descobre que a caixa contém tem pedras preciosas, dois passageiros —— a estudante Chloe (Leelee Sobieski) e o vendedor Peter (Steve Zahn) —— convencem o cobrador, Miles (Danny Glover), a ficar com o conteúdo. Eles pensam em colocar o cadáver numa mala, jogar no rio cortado por uma ponte (logo o curso de água se congelaria) e dividir as jóias entre eles.
Claro que tudo sai errado, senão não seria um filme de mistério. Logo cada um dos envolvidos revela uma face desconhecida e surgem outros personagens ainda mais misteriosos. Há o comparsa do morto que aparece, dois amigos japoneses e até uma velha senhora que não é bem o que se imagina. O final é meio duro de engolir e pena que a produção seja de segunda, já que fica claro nas cena do trem nos trilhos que se trata de uma miniatura. Mas fica fácil se divertir. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Morning Light

Quinze velejadores enfrentam prova de resistência
Foto: Google Image

O documentário produzido pelos estúdios Disney (Morning Light, EUA, 2008), com direção de Mark Monroe, é uma boa opção para quem gosta de aventura. Mais ainda, para quem curte o estilo reality show. Conta a história de homens corajosos e mulheres determinadas que enfrentam o maior desafio de suas vidas.
São 12 rapazes e três moças, na faixa etária dos 20 aos 30 anos, que convivem no barco com o título do filme para adquirirem o direito de disputar uma prova final de 2.300 milhas de navegação no Havaí, ao lado de profissionais mais graduados. Eles precisam combinar suas habilidades e defeitos para conseguir os objetivos.
Nos 100 minutos que duram o filme, são mostradas as tentativas de união entre eles para literamente não deixarem o barco virar. Para quem acompanha atrações desse tipo na televisão, será fácil gostar, embora não se possa definir como uma atração marcante. Já o visual marítimo é irresistível. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Um Lugar Chamado Brick Lane

Tannishtha Chatterjee: de Bangladesh para Londres
Foto: AllMovie Photo
Demorou dois anos para chegar aqui o drama (Brick Lane, Reino Unido, 2007) dirigido por Sarah Gavron, inglesa especialista em documentários. O título nacional força uma semelhança com a comédia romântica Um Lugar Chamado Notting Hill, mas o clima é outro. Brick Lane é um bairro de Londres que recebe boa parte de imigrantes asiáticos e pouco tem de romântico, pelo menos à primeira vista.
Para lá vai Nazneen (Tannishtha Chatterjee), que troca sua Bangladesh natal por conta de um casamento arranjado com um homem bem mais velho, a quem nunca viu. As primeiras cenas mostram a despedida dela da irmã mais jovem, que fica no país. Depois vemos Nazneen já ambientada (em parte, claro) em Londres. O roteiro evita o lugar-comum de retratar o marido, Chanu (Satish Kaukish), como um ditador. Mostra os dramas do casal, que perdeu o primeiro filho, um menino, e tem duas meninas. Pela cultura ancestral, é um fardo para eles terem apenas mulheres.
Com o tempo, acontece um envolvimento dela com Karim (Christopher Simpson), jovem e bonito. Nazneen fica dividida entre ficar com ele ou acompanhar o marido, que deseja voltar a Bangladesh. O final talvez não seja o que se espera.

domingo, 8 de novembro de 2009

Efeito Borboleta 3

Chris Carmack e Rachel Miner: fórmula diluída
Foto: Google Image
O primeiro filme da série, que revelou Ashton Kutcher para o cinema, foi um sucesso surpreendente. Por isso gerou continuações, dentro da lógica de linha de montagem do cinema americano. Esta aqui prova que a receita começa a desandar, se já não desandou de vez. É como dizem: quanto mais se tenta requentar um café, mais sem gosto ele fica.
Dessa vez o personagem principal é Sam (Chris Carmack). Ele continua com a habilidade de ir e voltar no tempo e deu um jeito de tirar partido dessa habilidade, trabalhando para a polícia com o objetivo de resolver casos complicados. E a forma como faz essas viagens é bem simples: ele entra numa banheira cheia de gelo, coloca uns eletrodos e pumba!, vai para onde quiser.
Só o ponto de partida já não convencer, mas tudo piora com o decorrer da história. A ligação da irmã do rapaz, Jenna (Rachel Miner), é outra coisa que também não faz o menor sentido. Perda de tempo (sem trocadilho). (Ronaldo Victoria)

sábado, 7 de novembro de 2009

Sinédoque Nova York

Samantha Morton e Hoffman em cena: confusão "cabeça"
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Famoso como roteirista de filmes como Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, Quero Ser John Malkovich e Adaptação, Charlie Kaufman faz sua estreia na direção com esse filme. Nele, coloca mais uma vez em cena todas as suas características, ou seria melhor dizer, as suas esquisitices.
Os personagens são todos bastante estranhos, assim como as situações em que vivem. Kaufmann também usa e abusa do surrealismo, da troca de personagens no meio da trama e sem dar a mínima para as convenções de tempo e espaço. Claro que o espectador fica confuso, mas ele parece acreditar que a aura de filme “cabeça” pode compensar o desconforto. Não pode.
A história começa falando de um escritor vivido por Philip Seymour Hoffman que começa a adoecer. Nisso a trama passa a dar vários pulos, o personagem passa a ser vivido por outros atores (e atrizes), até que se perca de vez a noção. O ótimo elenco feminino (Michele Williams, Samantha Morton, Catherine Keener, Dianne Weist, Emily Watson) acaba tendo pouco o que fazer. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Frente a Frente com o Inimigo

Jonny Lee Miller: mensageiro da paz
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Se existe algum fator que possa atrapalhar a carreira deste suspense (Endgame, EUA, 2009) no formato DVD (já que nem foi exibido nos cinemas) é o fato de falar a respeito de um assunto que aos olhos do público já parece resolvido: o vergonhoso regime do apartheid na África do Sul. Mas o filme dirigido por Pete Travis (o mesmo do empolgante Ponto de Vista) conta como essa transição foi realizada. E por isso tem tudo para ser de fato atraente.
Tudo se passa nos anos 80, quando os negros ficam confinados em guetos como Soweto e Nelson Mandela ainda está na prisão. O roteiro mostra que a situação, de eminente guerra civil, incomoda também grandes corporações, como a Consolidated Gold. Ela envia um representante, Michael Gold (Jonny Lee Miller, primeiro marido de Angelina Jolie) a tentar um acordo de paz.
Pelos brancos, e lutando pelo fim do radicalismo, se coloca o professor de filosofia Will Esterhyse (William Hurt). Pelos negros fala o presidente do Congresso Nacional Africano, Thabo Mbek9 (Chiwetel Ejiofor). Interessante e bem resolvido. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Dragon Ball Evolution

Justin Chatwin enfrenta inimigos: lutas que não convencem
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Há adaptações de outros meios que simplesmente não funcionam no cinema. E basta ser um espectador experiente (nem precisa ser crítico) para perceber o fato em poucos minutos. Nem se trata de preconceito contra uma produção mais destinada ao público infantil. É o que acontece com o longa-metragem dirigido por James Wong.
Adaptado do mangá e anime de nome similar, o filme conta a história do jovem de 18 anos Goku (Justin Chatwin) que, para salvar o mundo do espírito vingativo do extraterrestre Piccollo (James Masters), precisa correr contra o tempo a fim de reunir as sete esferas do dragão expressas no título.
É uma história simples, mas há dois grandes problemas. O primeiro é a qualidade dos efeitos especiais, questão fundamental para este tipo de filme, e que resultam bastante duvidosos. São todos feitos por computador e não convencem nunca. Outro é a fluência da narrativa, ou seja, o ritmo com que é contada a trama, que começa bastante arrastada, sem prender a atenção do público no início, para no final se tornar quase histérico. Para complicar ainda mais, as cenas de luta são muito montadas e soam artificiais. Desperdício de tempo. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sexo e Mentiras em Las Vegas

Mena Suvari e Matthew Modine: paixão e dinheiro
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Drama feito para a televisão americana (Sex and Lies in Sin City)S, tem todas as qualidades e defeitos (bem mais defeitos, diga-se) comuns a esse tipo de produto. O legal é ser rápido, fácil de assistir. O ruim é que exagera um pouco nas tintas do melodrama. E é baseado em fato real, algo que nove entre dez teledramas americanos são. E lógico que se passa em Las Vegas. Aliás, se a gente fosse lembrar filmes que se passam na cidade do jogo, dava um subgênero.
A trama fala sobre Ted Binion (Matthew Modine), dono de um cassino da cidade. Ele se apaixona por Sandy (Mena Suvari), striper de uma de suas casas. Quando ele aparece morto, claro, as maiores suspeitas se viram para a moça. Contra ela se ergue a irmã megera do milionário, Becky (Marcia Gay Harden), e ao seu lado fica o advogado bonitão Rick (Jonathon Schaech). A direção de Peter Medak é exagerada, assim como a interpretação do elenco, que já esteve em melhor fase. Mena Suvari, que foi a loirinha de Beleza Americana, está um pouco decadente, assim como o ex-galã Modine. Só Marcia, que já ganhou o Oscar, mantém a pose como vilã. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Os Falsários

Karl Markovis e August Diehl: presos com posições contrárias
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Se você acha que não agüenta mais assistir filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, dê uma chance para este drama, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro do ano passado. O tema parece ter cansado tantos foram os lançados em dois anos (O Leitor, Um Homem Bom, O Menino do Pijama Listrado, Operação Valquíria, Um Ato de Liberdade). Mas, assim como o ótimo Bastardos Inglórios, aqui se escolhe um viés diferente.
À primeira vista, pode-se dizer que o filme dirigido pelo austríaco Stefan Ruzowitzky (Die Fälscher, 2007) fala sobre colaboração. Não é bem assim, afinal nenhum deles teve essa opção. O protagonista é Salomon (Karl Markovics), artista que prefere usar seu talento falsificando dinheiro que criando quadros. Preso num campo de concentração, sua habilidade é usada pelos nazistas para criar um esquema (real) de falsificar todo tipo de moeda, de libras a dólares.
Contra o esquema se coloca o preso idealista Adolf Burger (August Diehl). O roteiro é inspirado no livro de Burger, The Devil‘s Workshop (Oficina do Diabo). Fala sobre a chamada Operação Bernhard, que imprimiu 134 milhões de libras, equivalente a três vezes a reserva dos cofres britânicos. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

This Is It

Michael Jackson é mostrado com pique na voz e no corpo
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A polêmica parece que vai acompanhar o nome de Michael Jackson muito tempo depois de sua morte. Não se trata de relembrar seu comportamento esquisito e as desastrosas intervenções cirúrgicas a que se submeteu. Isso já foi explorado a exaustão após a confirmação de seu falecimento, no último dia 25 de junho. O que se discute é como se deseja manter seu nome no futuro.
É o que se pensa ao assistir a esse documentário, dirigido por Kenny Ortega. Terminada a projeção, a sensação que fica é de que a morte foi realmente uma grande fatalidade. Isso porque, pelo que é mostrado, Jackson ressuscitaria de fato a sua carreira. Todas as tomadas o apresentam no auge da forma, esbanjando pique na voz e no corpo.
Como todo mundo sabe, esses eram os ensaios do grande show que ele faria em Londres durante o mês de julho, ocasião em que tentaria dar a volta por cima. Porém, depois da sensação de melancolia que deixa, quando pensamos "nossa, ele morreu justamente quando iria ressuscitar", surge a pergunta: será que foi mesmo assim? Será que nas 80 horas de material gravado (tempo assumido pela produção) não havia nada que fosse negativo? No fim, Michael Jackson permanece sendo o que sempre foi: um enigma. (Ronaldo Victoria)

domingo, 1 de novembro de 2009

Desejo e Perigo

Tang Wei e Tony Leung Chiu Wai: amor entre inimigas
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Chinês nascido em Taiwan, Ang Lee é um dos grandes talentos surgidos no cinema do final do século 20. Depois de ganhar o Oscar por O Segredo de Brokeback Mountain, ele voltou ao seu país natal para rodar esse drama em que amor, sexo e política se misturam de forma admirável. Depois da ousadia de ter feito um romance entre caubóis gays em Hollywood, Lee agora fala de amor heterossexual. Mas sempre com a intensidade que lhe é peculiar.
O que o roteiro aborda é a dificuldade do amor que surge entre inimigos, entre duas pessoas em lados opostos de uma guerra. A história é ambientada entre 1938 e 1944, quando a China estava sob ocupação japonesa. É quando a ex-estudante de teatro Wong Chia (Tang Wei) vira espiã da resistência e seduz o senhor Yee (Tony Leung Chiu Wai), colaborador dos japoneses.
As cenas de sexo são intensas e algumas chegam às raias do explícito. Mas o bom gosto do diretor as torna realmente marcantes. É uma realização empolgante, embora o final seja meio seco. (Ronaldo Victoria)