quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Segurança Fora de Controle

Seth Rogen: nome em alta nas comédias americanas
Foto: AllMovie Photo

O gordinho Seth Rogen tem estampado capas de revista e é considerado a nova "cara" da comédia americana. Ele faz parte da turma do diretor Judd Apatow, começou como coadjuvante em O Virgem de 40 Anos, estrelou Ligeiramente Grávidos e fez Funny People, ao lado de Adam Sandler.
Aqui Rogen estrela sob direção de Jody Hill (Observe and Report, EUA, 2009) na pele de um segurança de shopping neurótico que deseja entrar para a polícia. Curioso é que se trata de um personagem quase idêntico, e com a mesmíssima frustração, vivido por Kevin James em outra comédia com título mais simples: Segurança de Shopping.
O roteiro mostra Ronnie (Rogen), um cara estranho, o típico "perdedor", rótulo que os americanos adoram grudar nas pessoas. Vive com a mãe, é desprezado pela garota que ama, Brandi (Anna Faris), e tem a sensação de que não se realizou na vida. Suas tentativas de ser policial são barradas pelo detetive Harrison (Ray Liotta) e a psicóloga enxerga nele traços de psicopatia. O jeito cínico de Rogen complica ainda mais uma questão que fica no ar: não é uma vida triste demais para ser motivo de risada? (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Conspiração

Chris Noth: a pergunta ainda não quer calar
Foto: Google Image

Nos anos 90, quando Oliver Stone dirigiu um filme sobre o presidente americano John Fitzgerald Kennedy, a obra foi exibida no Brasil com o título JFK, A Pergunta que Não quer Calar. Pois é, quase 20 anos se passaram e pergunta ainda rende bastante como matéria para o cinema. A prova é este drama (Frame of Mind, EUA, 2009), que volta a abordar o assassinato que mudou a história, em novembro de 1963, ainda que não como tema principal.
O roteiro fala sobre o detetive da polícia David Secca (Carl T. Evans, também diretor), insatisfeito e à beira de um estresse em Nova York. Ele procura nova vida ao lado da esposa, Jennifer (Arija Bareikis), e retorna à cidade natal, Carlstadt, em Nova Jersey. Ele custa a aceitar voltar à polícia, mas não tem outra alternativa.
Tudo muda quando encontra um misterioso rolo de filme 8mm numa antiga caixa de jóias. Logo fica claro que encontrou uma peça importante sobre a morte de Kennedy. E o misterioso Steve Lynde (Chris Noth, o Mr. Big da série Sex and the City) é a peça-chave do mistério. O resultado fica mais para o curioso do que para o brilhante. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fora de Controle

Andie McDowell, Rupert Graves e Jennifer Tilly: unidos pelo vício
Foto: Google Image
Não confunda com a aventura de mesmo nome realizada em 2002 e estrelada por Ben Affleck e Samuel L. Jackson. Essas distribuidoras nacionais são tão originais e facilitam tanto a nossa vida, não? Este filme é mais recente, lançado em 2007 (Intervention, EUA) e dirigido por uma mulher, Mary McGuckian.
A história mostra várias pessoas, que têm em comum o vício, convivendo (ou tentando conviver) numa clínica durante 28 dias. Mark (Rupert Graves), ator e diretor pornô, além de ser viciado em sexo (como seria óbvio), abusa de álcool e drogas. E mantém uma relação doente com a esposa interpretada pela exagerada Jennifer Tilly. O comediante John (Joe Sessions) também é alcoólatra. A modelo Sarah (Sarah Stockbrige) usa heroína para aplacar a gula e ajudar na neura de ficar magérrima. E Harry (Ian Hart) vive a base de remédios.
Toda essa gente complicada recebe apoio do conselheiro Bill (Colm Feore) e sua esposa Kelly (Andie McDowell). O tema é bom, mas o que pode afastar o espectador é o clima sombrio demais, até mesmo pela fotografia em certos momentos desfocada e escura. Enfim, não é para todos os públicos. (Ronaldo Victoria)

domingo, 27 de setembro de 2009

O Cartel

Esai Morales e Andy Garcia: disputa pelo lucro das drogas
Foto: Google Image
O cartel do qual fala o filme de aventura, claro, é o da droga, com toda a violência e as cenas agitadas que se espera. Dirigido pelo novato James Cotten, La Linea (EUA, 2007), deixou no título a palavra em espanhol ligada aos grandes traficantes. Um dos astros, Ray Liotta, que vem trabalhando muito e nem sempre em filmes marcantes, é também um dos produtores.
Ele interpreta Mark Shields, pistoleiro designado para caçar Salazar (Andy Garcia), um tubarão do tráfico que vem causando problemas. Salazar parece estar muito doente, praticamente em estado terminal, mas o matador não é de recusar serviço. Para isso, se aproxima de Olivia (Valerie Cruz), ex-mulher do manda-chuva, e do cruel e fiel Pelon (Esai Morales).
O roteiro pouco tem de original mas ao menos mantém a atenção. O final reserva uma surpresa a respeito do destino de Salazar. Do elenco, quem se sobressai mesmo é o mexicano Morales, com seu jeito cool e agressivo. (Ronaldo Victoria)

sábado, 26 de setembro de 2009

Fale Comigo

Don Cheadle vive um radialista cheio de estilo
Foto: AllMovie Photo
É uma opção a ser descoberta nas locadoras, que fala, com graça e charme, de um artista americano de quem quase nada ouvimos falar (eu pelo menos nem sabia quem era): o radialista Ralph Petey Greene. A produção, dirigida por Kasi Lemmons (Talk to Me, EUA, 2007), mostra que a vida de Greene dá mesmo um bom filme. E deu.
Tudo se passa na virada dos anos 60 para os 70, o que acrescenta ainda mais estilo à história, por conta dos figurinos e maquiagem incríveis. O ótimo ator Don Cheadle encarna Greene usando aqueles ternos coloridíssimos de cafetão, enquanto Taraji P. Henson (indicada ao Oscar por Benjamin Button) é Vernell, sua namorada barraqueira e estridente.
Ex-presidiário, Greene convence o programador de uma rádio, Hughles (Chiwetel Ejiofor, outro bom ator) a lhe dar uma chance como locutor, mas de cara pisa na bola ao insultar o figurão de uma gravadora. Com o tempo, o convence de que o programa precisa ser mais descolado, além de apenas anunciar as músicas. E mostra que também sabia ser sério ao comover o público na noite do assassinato de Martin Luther King. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Tinha que ser Você

Dustin Hoffman e Emma Thompson: amor maduro
Foto: AllMovie Photo

É raro quando uma comédia romântica, estilo que vive quase sempre preso a clichês, consegue avançar além do lugar-comum. É o caso deste filme, dirigido pelo inglês Joel Hopkins, e estrelado por dois pesos-pesados na arte de representar: Dustin Hoffman e Emma Thompson. O tema, como fica claro no título original (Last Chance Harvey, Inglaterra, 2008), é a última chance, de encontrar o amor ou de mudar o estilo de vida.
É o que acontece com Harvey, o amargo pianista vivido por Hoffman, que queria ser solista de jazz mas sobrevive como autor de jingles. Divorciado há muitos anos, ele vai ao casamento da filha em Londres, mas descobre que a moça convidou o segundo marido da mãe para entrar com ela na igreja.
Abalado, Harvey foge da cerimônia e no aeroporto conhece Kate, a funcionária a quem tinha tratado mal antes. Também desiludida do amor, ela o convence a encarar a festa, o que rende um momento emocionante. Harvey interrompe o discurso do padrasto, se assumindo como pai, o que a filha esperava no fundo que ele fizesse. Nasce o sentimento entre Harvey e Kate, mas eles terão coragem de assumir? Descubra e se emocione. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Duros em Paris

Patrick Mille: aventuras na capital francesa
Foto: Google Image

Dizem (mas não provam) que é melhor ser duro em Paris do que rico num fim de mundo qualquer. Esta comédia francesa (La Jungle, 2006), dirigida por Mathieu Delaporte, prova que o antigo ditado não tem nada a ver com a realidade. Vá encarar o que os dois panacas, personagens principais do filme, encararam para você ver que só existe liberté, egalité e fraternité com dinheiro no bolso.
Tudo acontece quando o pai de Vincent (Patrick Mille), cansado de ver que o filho é a inutililidade em pessoa, propõe uma aposta. O rapaz e seu melhor amigo, Mathias (Guillaume Galianne) devem sobreviver sete dias e sete noites na capital francesa e com apenas sete euros. O detalhe é que serão monitorados e não podem pedir ajuda.
Vem daí o título orginal, La Jungle, que significa "a selva" em que a Cidade Luz pode se transformar quando você se vê solto na cidade. Não espere ver aqueles cartões-postais típicos. Nada de Torre Eiffel ou Arco do Triunfo. O que aparece são mesmo becos nada charmosos. O roteiro é também uma análise da falta de maturidade de todo homem, mas ao mesmo tempo mostra que a verdadeira amizade resiste a tudo. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sexo e Mentiras

Alex Dziena e Macaulay Culkin: jovem casal em crise
Foto: AllMovie Photo

Nos últimos meses o nome de Macaulay Culkin apareceu demais na mídia, mas por razões nada artísticas: será que ele é o pai biológico do filho caçula de Michael Jackson? Fora isso, a carreira cinematográfica do moço anda em baixa e os mais maldosos dizem que foi cumprida a promessa contida no título de seu maior sucesso: esqueceram dele!
O fato é que Macaulay era uma gracinha de menino é virou um adulto sem graça. Como ator também. A prova é esse filme de tom erótico, dirigido por Miles Brandman (Sex and Breakfast, EUA, 2007). O tema é a troca de casais. Ele vive James, casado com a doce Haether (Alexis Dziena). A outra dupla é mais fogosa, formada por Ellis (Kuno Becker, o galã de Gol) e Renne (Eliza Dushku).
Os caminhos deles se cruzam por causa de uma terapeuta sexual, a doutora Wellbridge (Joanna Miles), que propõe na maior caradura o swing como salvação de casamentos. Fácil assim. A troca acontece, mas o que vem depois está bem mais ligado à velha caretica americana relacionada a sexo. Quer um conselho sobre esse filme? Esqueça dele. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sob a Mesma Lua

Adrian Alonso vive um menino em busca pela mãe
Foto: AllMovie Photo

O gosto pelo drama, para os latino-americanos, não é apenas uma tradição cinematográfica mas cultural. É o tipo da afirmação generalizada que a gente pode fazer sem medo. Para os mexicanos, então, é de lei. O que comprova este filme, La Misma Luna (México, 2007), dirigido por Patricia Riggen.
Dirigir dramas como este e difícil, e a cineasta consegue caminhar na frágil linha que separa a emoção do patético, o que tornaria o resultado desastroso. Amor de mãe, outra peça de resistência de nossa cultura, é o tema chave. Rosario (Kate del Castillo) vive em Los Angeles como ilegal, sobrevive como empregada e deixou no México o filho de nove anos, Carlitos (Adrian Alonso).
Um dia a mãe dela, que toma conta do neto, morre e deixa o menino sozinho. Ele se lança na aventura de procurá-la. Consegue ajuda de Marta (America Ferrera, a Ugly Betty) para levá-lo aos Estados Unidos, mas o carro é detido e ele fica preso atrás do banco. Conhece Enrique (Eugenio Derbez), que se mostra carrancudo mas depois vira seu amigo, e finalmente encontra seu pai. Prepare seu lenço para o final. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Querô

Maxwell Nascimento interpreta o adolescente rejeitado
Foto: Google Image

O filme dirigido pelo estreante Carlos Cortez é baseado numa peça de Plínio Marcos, que formava com Nelson Rodrigues a dupla de maiores dramaturgos brasileiros. Plínio era mestre em retratar os marginais, os deserdados, e sempre dizia que seu teatro se tornou clássico porque a realidade social brasileira só piorava. Ele também foi autor de Navalha na Carne, Dois Perdidos numa Noite Suja e Abajur Lilás, entre outros textos cortantes.
Querô é o nome de um adolescente rejeitado. E o apelido tem humor negro como seu cotidiano, já que é o diminutivo de querosene. Foi jogando esse material em seu corpo que a mãe do menino, Piedade (Maria Luísa Mendonça), prostituta do cais do porto de Santos, se matou quando ele era recém-nascido.
Querô vaga de lá pra cá, enfrenta a crueldade de uma instituição comandada com mão de ferro por Edgar (Milhem Cortaz), apanha de um delegado (Giulio Lopes) e não encontra ampao. É um filme duro, cortante, e o texto não é um dos melhores de Plínio. Na pele do protagonista, Maxwell Nascimento também não brilha. Poderia ter a contundência de um Pixote, mas falta emoção. (Ronaldo Victoria)

domingo, 20 de setembro de 2009

A Verdade Nua e Crua

Katherine Hegl e Gerard Butler: bela guerra dos sexos
Foto: AllMovie Photo
Existe uma série de livros de auto-ajuda, dedicados ao público feminino, que sempre juntam no título as oposições entre os dois sexos: coisas como Os Homens são de Marte, as Mulheres são de Vênus, Os Homens Fazem Sexo, as Mulheres Fazem Amor. Comparando, talvez se possa dizer em relação ao cinema: Os Homens Gostam de Filme de Ação, as Mulheres de Comédia Romântica.
Essa aqui, porém, em cartaz nos cinemas (The Ugly Truth, EUA, 2009, direção de Robert Luketic), tem tudo para agradar ambos. Os tais livros citados no início são, aliás, queimados logo na primeira cena de Mike (Gerard Butler). Ele é um apresentador machista que faz sucesso na TV a cabo e é contratado por uma emissora convencional.
A produtora, Abby (Katherine Hegl) é o oposto: feminista, independente, mas não consegue se acertar no amor. Logo o brucutu a convence que só conseguirá conquistar se ela seguir seus conselhos. Que resumindo, são esses: homens são simples e só querem saber de sexo. Com o tempo, as diferenças entre eles se amenizam. Será que nasce o amor? Não perca. (Ronaldo Victoria)

sábado, 19 de setembro de 2009

Férias Frustradas de Verão

Kristen Steewart e Jesse Eisenberg: descobertas
Foto: AllMovie Photo

Vai ser difícil encontrar algum título nacional mais imbecil do que este. Sério, parece que as distribuidoras brasileiras de DVD trabalham contra elas mesmas, fazendo de tudo para que o filme passe em branco. A saber, nenhum personagem da comédia está em férias, ao contrário, ralam e muito. Por isso a frustração não é bem o sentimento dominante, e nem fica claro que se passa no verão.
O nome original do filme dirigido por Greg Mottola, o mesmo da comédia Superbad É Hoje, é Adventureland (EUA, 2009), parque de diversões onde se passa a história. É para lá que vai James (Jesse Eisenberg), garoto considerado com grande futuro mas que não sabe muito bem o que fazer da vida.
Lá ele conhece Em (Kristen Stewart, a Bella da série Crepúsculo), que desperta sua atenção. Mas ele esconde que ainda é virgem, o que vai se tornando um peso com o passar do tempo, enquanto ela não assume que é amante de um homem casado, Mike (o galã Ryan Reynolds). Dá para perceber que originalidade não é o forte, mas é um filme simpático. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Uma Família bem Diferente

Ben Shenkman, Noah Bernett e Tom Cavanagh em cena
Foto: AllMovie Photo

O título traduzido da comédia canadense (Breakfast with Scot, 2007), dirigida por Laurie Lynd, bobo à primeira vista, até traduz bem o espírito da coisa. Fala de forma divertida, e ao mesmo tempo tocante, de um fenômeno que todos estamos percebendo hoje em dia, ou que pelo menos deveríamos: a formação de núcleos familiares diferentes, além do estilo papai e mamãe.
É o que acontece com Eric (Tom Cavanagh), astro de hóquei sobre patins que após um acidente vira comentarista esportivo na TV. Ele vive com o advogado Sam (Ben Shankman) uma relação tranquila, sem nada espalhafatoso, um casal gay discreto. Aliás, até acreditam que ninguém percebe que são casados.
Um dia tudo muda quando Sam informa que terão de cuidar do filho da namorada do irmão, um irresponsável que fugiu adivinhem para onde? Para o Brasil. Só que o menino, Scot (Noah Bernet, numa corajosa composição) é o oposto deles: aos 11 anos, é efeminado, adora tricotar e se vestir de cor-de-rosa. Original e comovente. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Watchmen

Jackie Earl Haley interpreta o ambíguo Rorschach
Foto: AllMovie Photo

A série em histórias em quadrinhos Watchmen, escrita por Alan Moore, é considerada a Bíblia dos nerds. Os caras juram que a complexidade conseguida pelo autor com seus personagens chega ao nível de Shakespeare ou Dostoievski. Tanto que muita gente jurava que seria infilmável. E nos últimos 20 anos, pelo menos três cineastas quebraram a cara e decidiram adiar o desafio.
Nos cinemas o filme não fez o sucesso que se esperava e em DVD pode ter melhor sorte. Quem topou a parada foi Zach Snyder, com a bola em alta após o sucesso de 300. Com roteiro do próprio Moore em parceria com Dave Gibbons, o resultado é complexo e atingiu duas horas e quarenta minutos, talvez o principal motivo para ter afastado parte do público.
O diferencial dos tipos é sua ambiguidade: Comediante (Jefrey Dean Morgan), Rorschach (Jackie Earl Haley), Coruja (Patrick Wilson), Jupiter (Malin Ackerman) e tantos outros têm qualidades e defeitos. E há outro fato, certamente uma implicância: filmes com caras fantasiados e que se levam a sério demais não parecem "so boring"? (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Feliz Natal

Leonardo Medeiros em cena do filme dirigido por Selton Mello
Foto: Google Image

Estreia de Selton Mello atrás das câmeras, este drama dividiu opiniões de uma maneira já conhecida: a maioria da crítica adorou, enquanto boa parte do público estranhou. Não é de se admirar. Em sua primeira direção, Selton, ator de reconhecido talento e para muitos "o cara" do novo cinema nacional, foi com muita sede ao pote, como se dizia antigamente.
Ele quis contar uma história de um gente diferente, já marcando de cara seu estilo, assumindo estranhamentos e algumas influências claras, como o americano John Cassavetes e a argentina Lucrécia Martel. O resultado é que o público assiste tudo isso um tanto de fora, sem se envolver de forma direta.
Até porque o roteiro é uma louvação a decadência. Ninguém é feliz no mundo de Selton. Caio (Leonardo Medeiros) vive num ferro-velho (que metáfora, hein?) depois de cometer um crime e volta para uma reunião familiar. A mãe, Mércia (Darlene Glória), vive entupida de bebidas e remédios. Já o pai, Miguel (Lúcio Mauro), prefere só um tipo de pílula, a azul do Viagra com quem "encara" a amante jovem. O irmão Theo (Paulo Guarnieri) é depressivo e a cunhada, Fabiana (Graziela Moretto) detesta o núcleo familiar em que entrou de gaiata. Não à toa, o final é trágico e envolve uma criança. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Sequestro do Metrô 123

Denzel Washington tem outro desempenho marcante
Foto: AllMovie Photo
O que se espera de um filme de ação? Ritmo vertiginoso, uma história coerente e que não ofenda a inteligência do espectador? Pois então, Seqüestro do Metrô 123 (The Taking of Pelham 123, EUA, 2009), em cartaz nos cinemas, cumpre todas essas promessas. E ainda traz dois astros encabeçando o elenco, Denzel Washington (ator fetiche do diretor Tony Scott, que o escala para todos os filmes) e John Travolta.
Washington vive o executivo do metrô novaiorquino rebaixado para operador de console que flagra o seqüestro de um vagão. Quem comanda a ação é Ryder, interpretado por Travolta. Durante as negociações se descobre que Walter escapou de ser demitido do Metrô por conta da suspeita, ainda não confirmada, de ter aceitado suborno. Essa informação é explorada pelo bandido, que depois se descobre ser operador da Bolsa, também envolto em escândalo financeiro.
A trama também inclui um prefeito meio caricato, feito por James Gandolfini, que dá um alívio cômico às cenas de tensão. O público acompanha tudo com prazer e sem muitas encucações. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Uma Prova de Amor

Cameron Diaz e Sofia Vassilieva: drama em família
Foto: AllMovie Photo

Este é um filme que não tem vergonha de ser dramático. Talvez essa postura renda a Uma Prova de Amor (My Sister’s Keeper) o rótulo de dramalhão, mas pouco importa frente ao acerto do diretor Nick Cassavetes. Filho do cineasta John Cassavetes e da grande atriz Gena Rowlands, ele realizou outro filme cult na linha romântica, Diário de uma Paixão, e prova que gosta de arrancar lágrimas da platéia.
O tema central é exposto logo nas primeiras cenas. Anna (Abigail Breslin, a menina de Pequena Miss Sunsinhe) conta que foi gerada pelos pais, o casal Brian (Jason Patric) e Sarah (Cameron Diaz, que aparece sem glamour e até careca em algumas cenas), para salvar, por meio de tratamentos e transplantes, a vida da irmã mais velha, Kate (Sofia Vassilieva).
Por isso, ela procura um advogado canastrão, Campbell (Alec Baldwin), para que tenha controle sobre o corpo e processe os pais. Para o público, vai depender de cara ao lado de quem se fica, da mãe ou da filha, frente à polêmica. É um típico "Você Decide", mas o diretor consegue achar uma solução inteligente, ainda que exagere um pouco no drama. (Ronaldo Victoria)

domingo, 13 de setembro de 2009

Waldick, Sempre no Meu Coração

Waldick Soriano nos bastidores com a diretora Patrícia Pillar
Foto: Google Image
Para o público, a imagem que ficou de Waldick Soriano (pessoas com mais de 40 anos, já que a nova geração nem deve se lembrar) é a do cantor brega, de chapéu e óculos escuros, autor de pérolas como Eu Não Sou Cachorro Não, Paixão de um Homem e Tortura de Amor. Para essa cinebiografia, a atriz Patrícia Pillar, que estreia como cineasta escolheu mostrar o lado humano. Alguns poderiam dizer quase desumano.
Com sensibilidade, Patrícia invade com sua câmera o cotidiano de Waldick, entre shows e conversas de camarim. O cantor já estava no final da vida (morreu há um ano) e abriu o coração. O que se vê é um homem que teve uma grande quantidade de amores (acumulou 14 esposas ao longo da vida), mas nunca conseguiu amar.
É isso que ele assume sem receios numa fala no final do documentário, que por isso ganha uma dimensão maior. A gente rotula artistas de brega ou cafona, pelo conforto de julgar que eles são muito diferentes. Patrícia mostra que não são. Por isso o filme merece ser conhecido. (Ronaldo Victoria)

sábado, 12 de setembro de 2009

Killshot - Tiro Certo

Diane Lane e Thomas Jane: perseguição implacável
Foto: AllMovie Photo
O aviso contido na capinha do DVD já dá uma dica do que o espectador pode esperar: “produzido por Quentin Tarantino”. Não apenas como diretor, Tarantino agora dita normas na produção, feito um Spielberg com senso de humor bizarro e doses altas de violência. Isso tudo se comprova nesse policial, que tem duas outras referências: direção de John Madden (autor versátil que já comandou Shakespeare Apaixonado) e roteiro de Elmore Leonard.
No elenco quem chama primeiro a atenção é Mickey Rourke, ressuscitado recentemente em O Lutador, e que novamente vive um tipo sinistro. Ele é Armand, ou Melro, matador de aluguel de raízes índias e que tem longas tranças que lhe reforçam a estranheza. Um dia, ao extorquir o dono de uma imobiliária, por engano dá de cara com Wayne (Thomas Jane).
Mas o sujeito é apenas o marido de uma corretora, Carmen (Diane Lane). O problema é que o casal vê os rostos dele e do parceiro novato e maluco, Richie (Joseph Gordon-Levitt). Começa aí um jogo de gato-e-rato, que se prende a atenção também não acrescenta muito. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pacto de Sangue

Jean Reno e Gaspard Ulliel: pai e filho divididos pelo crime
Foto: AllMovie Photo

A gente já ouviu falar de máfia italiana (claro, que é a origem), japonesa, chinesa, russa... Mas armênia, pelo menos para mim, era novidade. Esse é o lado original do policial escrito e dirigido por Laurent Tuel (Le Premier Cercle, França, 2009), que não chegou aos cinemas brasileiros e saiu direto em DVD. Os personagens principais formam o clã Malakian, família de gansgsteres armênios que controla o submundo no sul da França.
No começo, o filme explica que os armênios foram massacrados no início do século passado pelos seus inimigos turcos e boa parte dos sobreviventes fugiu para outros países. O chefão é Milo (Jean Reno), que controla tudo com mão de ferro.
O filho, Anton (Gaspard Ulliel ), sonha com a liberdade para viver o amor com Elodie (Vahina Giocante), que não tem raízes armênias, mas o pai pressiona. Como se pode ver, a originalidade não é o forte do filme, que ao menos não aborrece o espectador. O final, também previsível, é trágico. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Duplicidade

Clive Owen e Julia Roberts: amor entre espiões
Foto: AllMovie Photo
O filme dirigido por Tony Gilroy (Duplicity, EUA), o mesmo de Conduta de Risco, estrelado por George Clooney, reúne uma dupla de peso: Julia Roberts e Clive Owen, que já haviam trabalhado juntos no romance Closer – Perto Demais. Os dois têm química na tela, fundamental para este tipo de atração, como aqueles dos anos dourados de Hollywood, em que casais como Spencer Tracy e Katherine Hepburn, passam o tempo inteiro fingindo que se odeiam.
O mundo em que se passa a história é bem atual: a espionagem. Julia é Claire, ex-agente americana da CIA, enquanto Owen vive Ray, do britânico MI6. Nos novos tempos, eles se adaptam e atuam em duas multinacionais concorrentes.
O grande charme do filme é a inteligência, com uma trama que exige atenção do espectador. Não se assuste se em algum momento você ficar com a impressão de não estar entendendo direito. Tudo está ligado a uma fórmula disputada pelas duas empresas que teria o poder de restaurar cabelos. Tom Wilkinson e Paul Giamatti têm belos desempenhos cômicos como os chefões das firmas. No final, tudo se explica e fica difícil não aprovar. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Heróis

Dakota Fanning e Chris Evans: mentes poderosas
Foto: AllMovie Photo

A aventura dirigida pelo escocês Paul McGuigan (Push, EUA, 2009) é uma boa opção para quem curte histórias agitadas que não desprezam a inteligência do público. O título brasileiro força ainda mais a semelhança com a série Heroes, mas o roteiro do filme é mais sofisticado. As primeiras cenas contam o início da história, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, quando nazistas e aliados fizeram experimentos com paranormais para transformá-los em super.
Terminado o conflito, as experiências ainda continuam por meio de uma sinistra divisão secreta chamada Divisão. Contra esses agentes do mal se unem Nick (Chris Evans), um mover (pessoa que tem a capacidade de movimentar objetos com a força mental), e Cassie (Dakota Fanning), uma watcher (vidente) de segunda geração, já que herdou o dom da mãe.
Eles precisam encontrar Kira (Camila Belle), que tem o poder de inserir memórias falsas em outras pessoas, livrá-la do chefão da Divisão Carver (Djimon Hounson) e encontrar o esteróide psíquico, poderoso droga que os deixa a mercê dos agentes. O roteiro parece confuso, às vezes realmente é, mas consegue deixar o espectador sempre atento. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Bebê a Bordo

Heather Graham: pornochanchada à moda americana
Foto: Google Image

Quem não sabe (ou não se lembra mais) o que era uma pornochanchada, estilo de filme em moda nos anos 70 ou 80, pode conhecer por meio desta comédia (Baby on Board, EUA, 2009), dirigida pelo jovem Brian Herzlinger. É o tipo de propaganda enganosa, já que a capinha do DVD a vende como uma comédia romântica, mas o sentimento passa longe. O que toma conta são piadas ligadas a sexo, e a maioria de muito mau gosto.
Os personagens principais são Angela (Heather Graham, que começou bem mas só vem fazendo filmes descartáveis) e Curtis (Jerry O’Connell, que poderia ter sido galã mas não foi). Eles levam uma vida confortável de jovem casal, ela numa agência publicitária ele numa firma de advocacia. Tudo parece bem, mas o cara deseja ser pai e ela adia com o papo de se estabilizar na profissão.
Até que a gravidez realmente acontece, sem planejamento, o que deixa a vida da dupla de cabeça para baixo. Para complicar, ela tem uma chefe casaca-grossa, Mary (Lara Flynn Boyle, abusando do botox) e os melhores amigos, Sylvia (Katie Finneran) e Danny (John Corbett), são um casal que vive se estapeando. Corbett, o galã de Casamento Grego, paga o mico de uma cena constrangedora em que é flagrado pela mulher no chamado sexo solitário. Tudo é um pouco neste nível. Precisa dizer que é melhor evitar? (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

JCVD

Jean Claude Van Damme encara um exercício de coragem
Foto: Google Image
Se não for um dos melhores, com certeza é um dos mais corajosos lançamentos cinematográficos dos últimos tempos. No filme dirigido por Mabrouk El Mechri (JCVD, França, 2008), que traz como título apenas as letras de seu nome, o belga Jean Claude Van Damme faz um desabafo impressionante, assumindo de forma clara todos os problemas que enfrenta.
Van Damme assume a idade (47 anos), as rugas, a decadência, o beco sem saída em que sua carreira ficou, a mágoa com os grandes estúdios e também alfineta alguns concorrentes, fazendo até piadinha com o rabo-de-cavalo de Steven Seagal. Há até cenas marcantes, como a da ex-esposa que fica com a guarda dos filhos e principalmente o depoimento da filha no tribunal: “Eu fico com vergonha a cada vez que passa filme dele na televisão porque meus amigos pegam no meu pé.”
Van Damme vive ele mesmo, num curioso exercício de metalinguagem. Tudo culmina num banco, em que é feito de refém por bandidos, mas a polícia pensa que ele é o assaltante. Interessante, mas é de se pensar o que ele fará depois disso. (Ronaldo Victoria)

domingo, 6 de setembro de 2009

Up - Altas Aventuras

O escoteiro Russell e o velhinho Carl, parceiros por acaso
Foto: AllMovie Photo
Para os espectadores brasileiros, o novo desenho animado da Pixar (Up, EUA, 2009), dirigido por Pete Docter e Bob Peterson, pode ter um componente tragicômico, já que o personagem principal amarra balões na casa para fugir, algo que aquele padre paranaense fez (e se deu mal). Mas é claro que isso não impede o prazer de assistir o fime, em 3D e em cartaz em grande circuito.
O começo mostra o velhinho que embarca na aventura, Carl (dublado na fase adulta por Chico Anysio), ainda como um garoto tímido que encontra o amor de sua vida, Ellie. Eles logo se casam e a produção consegue o feito de condensar a vida toda do casal em poucos minutos, por meio de imagens e sem som. Eles trabalham a vida inteira, não têm filhos e Carl leva tempo demais para comprar uma passagem para o local de sonho dela, o Vale das Cachoeiras na América do Sul.
Rabugento por conta dos sonhos perdidos, Carl foge do destino que lhe tentam impor depois da viuvez (o asilo) da forma mais inusitada possível, mas não vê que na varanda da casa que voa está o escoteiro Russell, que vira seu parceiro. Delicioso para todas as idades. (Ronaldo Victoria)

sábado, 5 de setembro de 2009

Bernard e Doris

Ralph Fiennes e Susan Sarandon: encontro de almas
Foto: AllMovie Photo
Chama a atenção logo de cara a dupla de atores escolhida para estrelar o filme, um drama com toques de comédia. Susan Sarandon e Ralph Fiennes, astros de talento reconhecido, conseguem segurar o interesse e retratam seus personagens para muito além de qualquer lugar-comum. O filme dirigido por Bob Balaban (Bernard and Doris, EUA, 2009), ele também ator fala com classe da relação simbiótica que às vezes se cria entre patrões e empregados.
Susan vive Doris Duke, grã-fina que marcou época durante um tempo nos Estados Unidos pela sucessão de casamentos milionários e por ser considerada a mulher mais rica do mundo em um período. A atriz não usa tiques para retratar a milionária que ao mesmo tempo tem a mente avançada mas consegue ser cruel com um simples olhar.
Fiennes é a surpresa ao interpretar sem afetação Bernard Laffert, o mordomo gay que vira amigo, conselheiro, confidente, quase tudo de sua patroa. Entre eles se estabelece um encontro de almas bonito e emocionante. Não foi exibido nos cinemas e merece ser descoberto nas locadoras. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Não se Preocupe, Estou Bem

Melanie Laurent em cena, entre Kad Murad e Isabelle Renauld
Foto: Google Image
Descobrir um filme pouco comentado, com um título diferente e atores poucos conhecidos no elenco. Essa é uma das vantagens da locadora, a de permitir uma “garimpagem” e se surpreender. Pois este filme francês (Jê Vais Bien, ne T’en Fais Pas, França, 2007), dirigido pelo mesmo autor de Bem-Vindo (comentado aqui no blog no dia 24 de agosto) é uma pequena jóia.
O roteiro traz tintas bastante dramáticas, mas não cai nunca no melodrama barato. Conta a história de Élise (Melanie Laurent), garota francesa de 19 anos que volta de uma viagem de estudos na Espanha e descobre que o irmão gêmeo, após uma briga grave com o pai, Paul (Kad Merad), fugiu de casa sem deixar pistas.
De saudade do irmão e por causa da falta de notícias, Elise começa a cair em depressão, se recusando a comer e sendo internada com anorexia. A mãe, Isabelle (Isabelle Renauld), também não sabe o que fazer. E Thomas (Julien Boisselier), namorado de uma amiga de Elise, se apaixona perdidamente por ela, mas a garota não consegue corresponder. O final é surpreendente e emocionante. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Os Normais 2

Claúdia Raia entre Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres
Foto: Google Image
É preciso ser muito mal-humorado para não se divertir com a continuação da saga cômica do casal Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres) em cartaz nas salas em grande circuito. Novamente dirigido por José Alvarenga Jr., e com base na série criada pelo casal Alexandre Machado e Fernanda Young, o filme não decepciona os fãs da atração televisiva.
Talvez se possa dizer que o filme parece bem mais TV que cinema, mas isso é implicância. Para o público, pouco importa. O roteiro começa com Rui e Vani arrasando no karaokê em Living La Vida Loca, mas a platéia é mais que caída. No banheiro, Vani se comunica com outras mulheres e vem a idéia: para apimentar a relação, nada melhor do que fazer o que nunca teve coragem.
Vem daí a decisão imediata: vamos fazer um ménage a trois? Em apenas uma noite, os dois enfrentam todo tipo de mico na tentativa de achar a parceira ideal, incluindo internações hospitalares, surras de bicampeãs de judô e ficar entalados em banheira de hidromassagem. Ao contrário do primeiro, mais uma comédia romântica, este é centrado em sexo e com passagens fortes. Estrelas globais como Cláudia Raia, Drica Moraes, Danielle Winits, Daniel Dantas e Aline Moraes participam. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Recém-Chegada

Renée Zellweger interpreta megera de tailleur
Foto: AllMovie Photo
Há uma personagem específica nas comédias românticas que se pode chamar de megera de tailleur. É como a executiva durona vivida por Sandra Bullock em A Proposta, que só amansa o coração ao descobrir o amor com quem menos espera: o subordinado a quem humilha. Neste filme dirigido por Jonas Elmer (New in Town, EUA, 2009), quem assume o uniforme (ou os tailleurs em tons neutros) é Renée Zellweger, atriz acostumada com o tom cômico, tanto que encarnou Bridget Jones.
Aqui ela é Lucy Hill, executiva de Miami que tem pouca coisa para fazer além de demonstrar poder numa corporação. Um dia ela é designada para ir até uma filial em Minessotta, Estado distantee sempre frio.
A chegada é um fiasco e ela vira piada entre operários descolados que não aceitam interferência na fábrica. Mas é claro que seu coração logo amolece, pelos moradores e especificamente pelo bombeiro bonitão Ted (Harry Connick Jr.) O espectador até pode se divertir, desde que não cobre originalidade. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Marco Zero

Chris Klein, Elijah Wood e Jon Bernthal: vidas destroçadas
Foto: AllMovie Photo
É provável que nas locadoras esse drama dirigido por Bryan Gunnar Cole (Day Zero, EUA, 2007) passe despercebido. Também, o título não ajuda e muito menos a capa desfocada com a silhueta dos três atores principais. Mas é uma bela surpresa, uma pequena jóia que merece ser descoberta.
O tema é o militarismo norte-americano, o envolvimento em tantas guerras que arrasta sem necessidade a vida de tantos jovens. Mais precisamente, a lei que permite a convocação de homens até 35 anos para lutar em casos de emergência. Assim, três amigos na faixa dos trinta acabam enredados nessa teia. Aaron (Elijah Wood, o Frodo de Senhor dos Anéis) é um escritor tímido que pouco viveu a vida. George (Chris Klein), advogado e casado, não se conforma com a possibilidade de ir para a guerra. E James (Jon Bernthal), é rebelde, sobrevive como taxista e vê na luta uma saída.
Há algumas passagens forçadas, como a briga que George arruma numa boate gay apenas porque entende que os homossexuais são dispensados. Mas nada que prejudique o bom resultado final. (Ronaldo Victoria)