terça-feira, 30 de junho de 2009

Exterminador do Futuro: A Salvação

Christian Bale e Sam Wortinghton no quarto episódio da série
Foto: AllMovie Photo
Oito anos depois, a série retorna, desta vez sem o atual governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que só aparece na forma de um robô extremamente agressivo com a cara dele. Na direção está McG, um artesão de videoclipes e de filmes de aventura como “As Panteras”, que não imprime sua marca pessoal (até porque não deve ter) e segue aquilo que James Cameron, o diretor original, deixou.
O filme começa em 2018, quando John Connor é o líder da revolução dos humanos contra as máquinas. Na pele do herói, Christian Bale convence, mas a gente não consegue esquecer aquele “piti” memorável que ele deu durante as filmagens e que virou hit no You Tube.
Bale deveria ficar bravo mesmo ao ver como o novato Sam Worthington, na pele de Marcus Wright, prisioneiro que em 2003 recebe uma incumbência do governo de ir ao futuro como máquina, “rouba” o filme dele. Outras presenças marcantes são Anton Yelchin como Kyle Reese, o futuro pai de Connor, e Helena Bonham Carter na pele de uma médica que está morrendo de câncer. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Era do Gelo 3

Scrat, o esquilo maluco, encontra uma companheira
Foto: AllMovie Photo
As filas nas portas dos cinemas estão enormes, mas vale a pena ter paciência. A terceira edição do desenho animado dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, agora em parceria com Mike Thurmeier, continua uma graça. E com o ganho extra da terceira dimensão, com óculos 3D que fazem realmente a ação “pular” da tela.
Nesta nova aventura, o tema principal para as personagens é a maturidade e a importância da família. Começa com o casal de mamutes Manny (dublado por Diogo Vilela) e Elie (voz de Cláudia Jimenez) ansioso por causa da gravidez e da iminência de nascer o filhote. O clima faz com que a aloprada preguiça Sid (dublagem de Tadeu Mello) tente ser “mamãe”, roubando os ovos de uma dinossaura.
Da crise da idade não escapa nem mesmo o tigre Diego (voz de Márcio Garcia), que já não tem o mesmo fôlego da juventude. E até o pirado esquilo Scrat encontra uma companheira, mas ela não é exatamente a última noz do pacote. Diversão garantida para todas as idades. (Ronaldo Victoria)

domingo, 28 de junho de 2009

Faça o que eu digo não faça o que eu faço

Paul Rudd e Seann William Scott: nerds desajustados
Foto: AllMovie Photo
Pode ficar sossegado: a comédia (Role Models, EUA, 2008) dirigida por David Wain é melhor do que o chato título brasileiro faz supor. Não entra na linha do humor cafajeste, ao contrário, está dentro do humor que o diretor Judd Appatow (de “O Virgem de 40 Anos” e “Ligeiramente Grávidos”) vem fazendo: de lançar um olhar de compaixão pelos nerds, aqueles caras com beleza interior que não se ajustam à agressiva sociedade americana (em termos de competição).
É o que acontece com Wheeler (Seann William Scott) e Dan (Paul Rudd, também roteirista). Eles têm um emprego bobo, o de divulgar um energético, e o primeiro aparece com uma fantasia de minotauro. Mas é o outro que tem um piti, quebrando tudo, o que os leva à iminência de ser presos.
Salvam-se porque ganham a opção de serviços comunitários. Ganham a missão de ser espécie de tutores de dois adolescentes, um moleque negro desbocado que sente a falta de uma figura paterna e um garoto que vive no mundo irreal dos “roling games”, aquelas encenações ambientadas no mundo medieval. O encontro das duas realidades é interessante. (Ronaldo Victoria)

sábado, 27 de junho de 2009

Garoto Nota 10

James McAvoy e Rebecca Hall: romance sem clichês
Foto: AllMovie Photo
É uma dica boa para quem curte uma comédia romântica que foge dos padrões. Dirigido por Tom Vaughan e escrito por David Nichols (com base em uma peça de sua autoria), o filme inglês demorou três anos para chegar ao Brasil, desembarcando direto no mercado de DVD. Neste intervalo, seu ator principal, James McAvoy, virou astro de produções como “Desejo e Reparação” e “O Procurado”, e Rebecca Hall brilhou como a Vicky do filme de Woody Allen, “Vicky Cristina Barcelona”.
Precisa dizer que o elenco é promissor? McAvoy vive Brian, rapaz que desde a infância tem um sonho: participar de competições de perguntas e respostas entre as universidades britânicas. O roteiro mostra que não existe propriamente um gênio de nascença, mas alguém que batalha pela cultura.
Os integrantes da equipe também fogem do estereótipo “nerd de óculos”, como a bela Alice (Alice Eve), por quem ele se interessa, sem reparar em Rebecca (Rebecca Hall). Para melhorar, a história se passa nos anos 80, com direito a trilha sonora da época, incluindo The Cure e outros grupos. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

À Prova de Fogo

Kirk Cameron e Erin Bethea: dê uma chance ao amor
Foto: AllMovie Photo
O título do filme (Fireproof, EUA, 2008) dirigido por Alex Kendrik faz menção à profissão do personagem, o bombeiro Caleb, vivido por Kirk Cameron. A capinha também, o que pode induzir o espectador a pensar que se trata de uma aventura. Nada disso, embora haja algumas cenas de salvamento em incêndio.
Trata-se de um romance. Na verdade parece um livro de auto-ajuda filmado e poderia muito bem ser usado em consultórios de terapia familiar ou em cursos de noivo para ilustrar uma teoria: como hoje em dia as pessoas estão se separando fácil demais, ao primeiro problema que aparece.
É o que acontece com Caleb e a esposa Catherine (Erin Bethea). Eles só brigam e ela decide pedir o divórcio. Porém, o pai do rapaz dá para ele um livro que ensina 40 passos para recuperar o amor, apesar de tudo. Cinematograficamente fica no meio termo, mas os românticos vão adorar. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Eu ou Ele

Mali Akerman e Brendan Hines com "a intrusa"
Foto: Google Image
O rival expresso no título nacional da comédia dirigida por Marcel Sarmiento (Heavy Petting, EUA, 2007), como você pode ver na foto acima, não é outro cara e sim um cachorro. Ou melhor, ela é uma cadelinha fofa para quem a linda Daphne (Malin Akerman, de “Antes só que Mal Casado” e “Watchmen”) dá toda a atenção.
Quem tenta conquistar a garota, por meio do bicho, é Charlie (Brendan Hines), que tem a sensação de que a moça é muita areia para o seu caminhãozinho. Como tem uma loja que recebe na boa os animais, Charlie acaba gostando de verdade do bichinho.
Até que um dia, quando vai transar com ela pela primeira vez, a cachorrinha fica fazendo gracinha à beira da cama, o que faz com que ele se esqueça da namorada. O que você acha que ele é? A) Um cara sensível, B) Uma pessoa que reavaliou seus pontos de vista ou C) Um tremendo de um mané. Escolhi a alternativa C. Esse é o problema maior da história, que passa a não fazer muito sentido e só extrai sorrisos amarelos. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Espião

Jim Sturgees vive rapaz que se infiltra no IRA
Foto: AllMovie Photo
Desde que seus dirigentes decidiram não mais recorrer à luta armada, o IRA (Exército Republicano Irlandês) praticamente sumiu da mídia. Mas foram mais de 20 anos sangrentos contra o domínio britânico no país. O drama dirigido por Kari Skogland (Fifty Dead Men Walking, Inglaterra, 2008), retoma essa questão, tendo como base uma história real, de um livro escrito por Martin McGartland.
Martin (Jim Sturgess, o jovem galã de “Across the Universe” e “Quebrando a Banca”) é um rapaz que vive de pequenos empregos, como vender roupas falsificadas, em sua cidade natal. Uma espécie de sacoleiro, sem muito futuro. Por isso é considerado a isca ideal para se infiltrar junto ao IRA e passar informações.
Quem o auxilia e vira uma espécie de mentor é Fergus (o grande ator Ben Kingsley). A narrativa é impressionante e a primeira cena, em que Martin leva vários tiros quando está no exílio, é uma pista falsa, já que ele sobreviveu para contar a sua história, o que é ainda mais incrível. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 23 de junho de 2009

O Retorno de um Herói

Kevin Bacon em cena: inutilidade das guerras
Foto: Google Image
Como fazer um filme que seja totalmente contra a guerra sem usar discurseira ou cenas chocantes? É isso que consegue o diretor Ross Katz com esse drama com título original Taking Chance (EUA, 2009). O roteiro é bastante simples e um sentimento de melancolia toma conta da primeira à última cena.
Não é preciso falar sobre o absurdo das guerras, basta contar que um recruta de 19 anos (o Chance do título original) foi morto em combate durante a ocupação norte-americana e seu corpo precisa ser levado para a casa dos pais. A tarefa recai sobre os ombros do tenente Mike Strobl (Kevin Bacon), que reavalia a vida em família e a profissão por causa da missão.
Bacon segura bem o filme, em uma de suas raras aparições como protagonista. Há poucos anos ele foi citado como o tipo de ator que já contracenou com meia Hollywood e sempre como coadjuvante. Os dois personagens, tanto o garoto morto quanto o tenente, são reais. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Duas Semanas

Sally Field interpreta dona-de-casa à beira da morte
Foto: AllMovie Photo
Depois de ganhar dois Oscar nos anos 80, Sally Field se refugiou na televisão, onde vive a mãezona da série de sucesso “Brothers and Sisters”. Aqui, neste drama dirigido pelo novato Steve Stockman (Two Weeks, EUA, 2006), ela interpreta um personagem muito parecido: a dona-de-casa Anita, que tem quatro filhos e está morrendo de câncer no ovário.
A morte inevitável da matriarca faz com que o quarteto – Keith (Ben Chaplin), Emily (Julianne Nicholson), Barry (Tom Cavanagh) e Matthew (Glenn Howerton) – se una para a despedida.
A reunião traz ressentimentos guardados à tona, como em qualquer família, mas parece que uma visão pragmática da morte pelos americanos (com a qual, nós, latinos, não compartilhamos) impede uma maior identificação. Para complicar, o diretor não evita a pieguice em cenas de choro e soa constrangedor quando quer fazer graça em momentos de tensão: pior exemplo é o das cinzas que voam durante uma briga. (Ronaldo Victoria)

domingo, 21 de junho de 2009

Leonera

Martina Guzman: leoa na defesa de seu filhote
Foto: Google Image
O moderno cinema argentino às vezes me parece mais talentoso que o brasileiro, com produções mais consistentes e menos preocupadas em agradar o gosto médio. Mais ousado, seria a melhor definição. Esse lado se confirma com esse sensacional drama dirigido por Pablo Trapero, o mesmo de “Família Rodante” e “O Outro Lado da Lei.”
É uma história triste, que respira melancolia e desilusão da primeira a última cena, talvez um dado cultural dos que nascem em Buenos Aires, como Trapero, e tem tango na alma. A personagem principal é Julia (Martina Gusman, ótima atriz), garota que se vê acusada da morte do namorado em circunstâncias estranhas. Ele está sangrando, ela não se lembra de muita coisa, e o provável amante dele, Ramiro (o brasileiro Rodrigo Santoro) está envolvido no crime.
Presa grávida, Julia é levada para uma instituição em que as mães ficam com os filhos até quatro anos. Leonera, em espanhol, quer dizer local em que se matam as leoas. E é isso que ela se demonstra, tanto na luta pela sobrevivência quando para defender o filhote. (Ronaldo Victoria)

sábado, 20 de junho de 2009

Operação Valquíria

Tom Cruise: nem todos os alemães foram vilões na guerra
Foto: AllMoive Photo
O astro Tom Cruise até veio ao Brasil, badalou e deu entrevista no Fantástico, para promover o filme. Aliás, ele correu mundo ao lado da esposa Kate e da filha Suri para finalmente ter o que não conseguia há tempos: sucesso. E a falta dele custou seu posto de astro americano número um nas bilheterias. Com Valkyrie (EUA, 2008), dirigido por Bryan Singer, Cruise voltou a acertar.
Ele vive o coronel Claus Von Stauffenberg, que dois anos antes do final da Segunda Guerra, percebe que a loucura de Hitler vai levar a Alemanha para o buraco e lidera um complô para matar o ditador. A produção, claro, é de primeira, e a história também, conseguindo o que parecia impossível: manter o suspense, apesar de todo mundo saber que o plano dá errado e Hitler não é assassinado.
O elenco de primeira também ajuda: Kenneth Branagh, Tom Wilkinson, Bill Nighy, Terence Stamp, a holandesa Carice Van Houten e o alemão Thomas Kretschmann, todos têm desempenhos brilhantes. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Dúvida

Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman: atuações brilhantes
Foto: AllMovie Photo
Meryl Streep foi candidata ao Oscar de atriz por este drama, mas aí você pode perguntar: grande coisa, ela não é todo ano? A questão é que ela de fato dá um show de interpretação, muito bem amparada pelos colegas Philip Seymour Hoffman, Amy Adams e Viola Davis, os três também indicados como coadjuvantes.
O filme dirigido por John Patrick Shanley, adaptado de peça de sua própria autoria, tem como tema a Igreja Católica e seus dogmas. O assunto é a espinhosa pedofilia que hoje causa tantos estragos em seu seio, mas que na época, 1964, era muito mais encoberta. A história se passa num colégio religioso no Bronx, Nova York. Uma freira novata (Amy) desconfia das atenções que o vigário (Hoffman) dá a um aluno negro e conta para a diretora.
É a chance da megera (Meryl) mostrar como é inflexível. Já a mãe do garoto (Viola) não quer que o assunto prolongue, pois além do racismo que o filho encara, pressente a sua futura orientação sexual. Adulto, forte, o filme discute todos esses temas e deixa as respostas para o espectador refletir. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um Louco Apaixonado

Jeff Bridges e Simon Pegg: o mané não veste Prada
Foto: AllMovie Photo
Apesar do título nacional bobo, esta é uma comédia das mais divertidas e garantia de risos soltos e sem nunca ofender a inteligência do espectador. O original é How to Lose Friends and Alienate People (EUA, 2008), ou seja, Como Perder Amigos e Alienar Pessoas. Tem direção de Robert B. Weide e é baseado no divertido livro de Toby Young que faz paródia do gênero auto-ajuda.
O personagem principal é um “mané” inglês, Sidney Young (Simon Pegg, ator divertidíssimo), que se acha um jornalista de vanguarda mas só consegue ser desagradável. Misteriosamente chamado pelo poderoso Clayton Harding (Jeff Bridges) para trabalhar numa revista chique, começa de cara fazendo tudo o que não se deve.
Desperta a ira de Alison (Kirsten Dunst), sua companheira de trabalho, cria clima com uma agente de artistas, Eleanor (Gillian Anderson, de Arquivo X) e se envolve com a mimada estrela Sophie (Megan Fox). O roteiro é uma sucessão de piadas inspiradas. Dica de amigo: procure nas locadoras e divirta-se. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cidade das Sombras

Bill Murray é o prefeito da metrópole subterrânea
Foto: AllMovie Photo
Mistura entre ficção científica e fantasia (há diferença entre os dois, concorda?), o filme dirigido por Gil Kenan (City of Ember, EUA, 2008), é uma boa opção para públicos de várias idades. Porque consegue unir cenários grandiosos e belos efeitos especiais, o que é obrigatório em se tratando de uma produção hollywoodiana, com algo que anda escasso: criatividade no roteiro.
A história começa contando que, por causa de uma ameaça ao planeta, seres humanos foram mandados para uma metrópole subterrânea que os abrigaria. Porém, 200 anos depois, seus descendentes poderiam sair, desde que seguissem as instruções contidas numa maleta. O problema é que ela ficou esquecida no fundo de um armário e ninguém mais sabe que há um mundo lá fora.
A tarefa de redescobrir cabe a Lina (Saoirse Ronan, a menina de “Desejo e Reparação”) e Doon (Harry Treadway). Bill Murray, na pele do prefeito malandro, e Tim Robbins, como um operário, fazem participações especiais. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 16 de junho de 2009

A Mulher do meu Amigo

Mariana Ximenes e Marcos Palmeira: comédia exagerada
Foto: Google Image
O novo filme do diretor Cláudio Torres, “A Mulher Invisível”, acabou de entrar em cartaz nos cinemas. Vamos torcer para que seja bom, porque este aqui é uma decepção total. Integrante de um clã artístico de relevo (é filho de Fernanda Montenegro), Torres estreou com o inquietante “Redentor”, que não fez sucesso.
A questão é que o diretor parece ter pensado: vou baixar a minha bola para ser popular. É o que se percebe da primeira a última cena. O enredo fala sobre Tales (Marcos Palmeira), casado com a fútil Renata (Mariana Ximenes). Num fim de semana numa casa de campo com um casal amigo, Pamela (Maria Luiza Mendonça) e Rui (Otávio Muller), as relações entre eles se misturam.
Tanto o texto quanto as interpretações tendem para o caricato. Vindo da publicidade, Torres tem talento para criar belas cenas. Só exagera também nos merchandisings dos patrocinadores, que ficam acintosos demais. Perda de tempo. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Força Policial

Colin Farrell e Edward Norton: lados opostos da lei
Foto: AllMovie Photo
A idéia de assistir um filme que une Edward Norton e Colin Farrell, para mim dois atores insuportáveis, não me parecia nada atraente. Mas o drama dirigido por Gavin O’Connor (Pride and Glory, EUA, 2008) se impõe pela força de seu roteiro. O começo é empolgante. Enquanto policiais disputam uma partida de futebol americano, quatro agentes são massacrados num ponto de tráfico de drogas em Nova York.
Os indícios são de envolvimento de policiais no esquema sujo, o que infelizmente não é nenhuma novidade. Porém, o roteiro evita a armadilha do lugar-comum ao mostrar a questão dividindo o seio de uma família de origem irlandesa de longa tradição dedicada à polícia.
Enquanto o patriarca, Francis (Jon Voight), e o filho mais novo, Ray (Norton), ainda estão do lado do bem, o mais velho, Junior (Noah Emmerich), e o cunhado, Jimmy (Farrell), há muito passaram para o lado oposto. A trama é bem contada, pena que escorrega no final decepcionante. (Ronaldo Victoria)

domingo, 14 de junho de 2009

O Voo da Coruja

Julia Stiles interpreta jovem tímida e complicada
Foto: Google Image
A razão do título original, que na verdade é Cry of the Owl (EUA, 2009), ou seja, o grito da coruja, é que quando a ave pia é sinal de mau agouro, que uma tragédia vai acontecer. O drama dirigido por James Thraves é baseado num livro da escritora policial Patrícia Highsmith, a mesma autora de O Sol por Testemunha e O Retorno de Ripley.
O roteiro mantém o clima pesado, quase opressivo, mas não é dirigido a todos os públicos. Conta a história de Robert (Paddy Considine), rapaz que se muda para uma pequena cidade e se sente atraido por Jenny (Julia Stiles), jovem tímida e complicada. Ele fica em frente à casa dela por vários minutos quase toda noite. Um dia ela percebe a o convida para entrar.
Logo o jogo se inverte, e Jenny é que fica obcecada por Robert, já que é sufocada por um namorado agressivo. E ele tem uma ex-mulher ambiciosa e cheia de planos. O cruzamento das duas histórias vai dar razão ao presságio das primeiras cenas. (Ronaldo Victoria)

sábado, 13 de junho de 2009

Atraídos pela Fama

Meg Ryan e William H. Macy: comédia dos bastidores
Foto: Google Image
A primeira coisa que chama a atenção na comédia dirigida por Steven Schacter (The Deal, EUA, 2008) é a plástica mal-feita (ou seria botox mal colocado) de Meg Ryan, que deixou a atriz com o rosto deformado. Observação superficial? Com certeza, mas até que cabe nessa análise já que o filme fala das manhas e manias de Hollywood, e esse medo das estrelas de envelhecer é um tema que não aborda.
A história fala sobre Charlie (William H. Macy, também autor do roteiro), produtor de cinema que há 20 anos ganhou uma indicação ao Oscar e depois não acertou mais nada. Um dia ele convence um estúdio a produzir um filme com orçamento de US$ 100 milhões. O problema é que o roteiro, de um sobrinho seu, fala de um político inglês do século 19. E o roteiro o mostra como um vingador atual.
Quem embarca na canoa é a ambiciosa executiva Deidre (Meg). O problema é que para curtir (e entender) as piadas, o espectador precisa ser muito ligado no mundo do cinema. É um humor mais dedicado a aficionados. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Inquilino

Simon Baker e Hope Davis: relação misteriosa
Foto: AllMovie Photo
Há fatos e pessoas que nunca morrem para o cinema. O holocausto nazista, você sabe, é um desses casos. Entre os vultos (ou mitos), Jack o Estripador também não descansa. A história do assassino londrino do século 19 ressurge nesse filme de suspense (The Lodger, EUA, 2009), dirigido por David Ondaatje, que foi diretamente para as locadoras.
Não é exatamente a história do criminoso (que nunca foi identificado), mas sua lembrança que ressurge na Los Angeles dos anos 1930. É quando o detetive Chandler Manning (Alfred Molina) se vê às voltas com um matador de prostitutas em West Hollywood. Ele percebe que os ataques imitam as ações do londrino famoso.
Enquanto isso, uma dona-de-casa esquisita, Elen (Hope Davis), recebe o tal inquilino misterioso, Malcolm (Simon Baker), num quarto dos fundos de casa, sem contar para o marido, o policial Bunting (Donal Logue). O roteiro deixa a pergunta: ele é o assassino ou a criação de uma mente esquizofrênica? Descubra a resposta. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Cash - O Grande Golpe

Jean Dujardin, Valeria Golino e François Berleand em cena
Foto: Google Image
A primeira frase que surge na tela é “i’l nes pas d’arnaque sans pigeon”, literalmente “não existe esperto sem o pombo” ou “não existe malandro sem a vítima”, como preferiu o tradutor. Pigeon, ou pombo-correio em francês, é como no Brasil se chama o “pato”, aquele que faz a alegria do 171. Neste interessante filme francês dirigido por Eric Besnard, o charmoso vigarista Cash (vivido pelo igualmente charmoso ator Jean Dujardin), passa a vida à procura de “patos”.
Até que se envolve numa bolada da boa, oferecida de bandeja por outro vigarista, Máxime (Jean Reno). Trata-se de roubar um carregamento de diamantes de um contrabandista sul-africano hospedado num luxuoso hotel da Riviera Francesa. É a premissa do filme de ladrão: a de que quem rouba um pior do que ele deve ser perdoado.
Para dar o golpe, Cash conta com a ajuda da policial Julia (a italiana Valeria Golino), mas a história é cheia de reviravoltas. Como diversão, é uma boa pedida. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Casa de Alice

Carla Ribas em cena: a vida como ela é
Foto: Google Image
O drama nacional dirigido por Chico Teixeira é do tipo que provoca divisão: a maioria dos críticos adora, enquanto grande parte do público não consegue entender as razões dos elogios. Tudo porque o roteiro não é exatamente movimentado, com grandes acontecimentos, mas verdadeiro, mostrando o cotidiano de uma família de classe média baixa.
A Alice do título, vivida por Carla Ribas, é uma manicure quarentona. Casada com Lindomar (Zecarlos Machado), um taxista cafajeste, tem três filhos. O mais velho, que está no Exército, faz michê nas horas vagas e tem uma estranha atração pelo caçula, que só pensa em sexo. O do meio, que não faz nada, é ladrão, pega qualquer grana que sobre pela casa, até o dinheiro para o remédio de pressão da avó.
A coroa, interpretada por Berta Zemel, vive com um radinho de pilha ligado e está ficando cega. É a verdadeira dona do apartamento, mas o genro malandro planeja colocá-la num asilo. Você vai acompanhando aos poucos a vida dos personagens e se enreda com as histórias. Pode adorar ou detestar. Dificilmente ficará indiferente. Quanto a mim, acho que ficou claro, mas vamos reforçar: eu adorei. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 9 de junho de 2009

O Roqueiro

Rainn Wilson: it's only rock'n roll but I like it
Foto: AllMovie Photo
Com um título básico desses e uma capinha que estampa a foto de um tiozinho barrigudo com uma roupa ridícula, não é à toa que não chama a atenção nas locadoras. Mas a comédia dirigida pelo inglês Peter Cattaneo é uma opção simpática e que não ofende a inteligência do espectador.
Ofende sim (ou se vinga) da total falta de inteligência de certos “rock stars”, retratados como criaturas completamente sem noção. Tudo começa há 20 anos, quando uma banda de heavy metal chamada Vesuvius tem a primeira chance de decolar na carreira. Mas o executivo da gravadora exige algo indecente: demitir o baterista, Fish (o inglês Rainn Wilson), para que entre o sobrinho e protegido do cara.
Mas os roqueiros aceitam e dão um pé no amigo. Vinte anos se passam e ele vira um cara amargurado, que tem a chance de reviver por meio da banda do sobrinho. Divertido e sem compromissos. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Carga Explosiva 3

Jason Statham em cena: ação do começo ao fim
Foto: AllMovie Photo
Já reparou como muita gente, ao devolver um filme na locadora, reclama que ele é “parado”? Isso vale para qualquer produção que não tenha jeito de montanha-russa. Para esse público, a terceira aventura da série francesa, dessa vez dirigida por Olivier Megaton (que sobrenome explosivo, hein?), é o céu na Terra.
A ação é vertiginosa, não pára um segundo. Jason Statham, que vem se firmando como novo astro de ação, é novamente o herói que tem um carro capaz de façanhas impossíveis, fala pouco e consegue brigar com mais de 10 caras juntos e ganhar de todos. Agora ele recebe como tarefa levar uma bela garota ruiva (a estreante Natalia Rudakova), filha de um ministro ambiental chantageado por empresários inescrupulosos.
O ritmo é tão intenso que mal dá tempo para pensar. Será que não era esse mesmo o objetivo? Porém, pensando um pouco melhor, a gente não entende por que raios a garota precisava ser levada para algum lugar. Sei lá, será que não é reclamação de quem é “parado”? (Ronaldo Victoria)

domingo, 7 de junho de 2009

Autópsia de um Crime

Milo Ventimiglia e Lauren Lee Smith: médicos e monstros
Foto: AllMovie Photo
Para quem tem medo de ir ao médico e pânico de qualquer tipo de cirurgia, seria uma boa evitar esse drama, dirigido com mão pesada pelo alemão Marc Schölerman (título original Pathology, EUA, 2008). O roteiro retrata a classe médica no mínimo como gente muito perturbada e há cenas que podem embrulhar o estômago dos mais sensíveis.
O personagem principal é Ted Gray (Milo Ventimiglia, o Peter Petrelli da série Heroes), médico recém-formado que vai fazer um estágio na equipe de patologia de um grande hospital. É recebido de cara a patadas, já que a equipe é liderada por Jake Gallo (Mike Weston), que comanda um perigoso esquema com o objetivo de mostrar controle sobre a morte, o que inclui assassinato e profanação de cadáveres.
Para complicar, eles são mostrados como drogados e compulsivos sexuais, com todo mundo da equipe transando entre si. Ou seja, quem curte cinema como uma arte menos exagerada e sensacionalista, é melhor ficar longe desse “remédio amargo”. Para evitar efeitos colaterais. (Ronaldo Victoria)

sábado, 6 de junho de 2009

Coisas de Meninos e Meninas

Kevin Zegers e Samaire Armstrong: vidas trocadas
Foto: Google Image
O enredo dessa comédia romântica (título original It´s a Boy Girl Thing, EUA, 2006) faz a gente pensar em como existem coincidências neste mundo. Olha só do que fala a história: são dois vizinhos, uma garota e um rapaz, que se detestam e um dia trocam de corpos.
Nell (Samaire Armstrong) é a típica garota certinha, chamada de “nerd virgem” pela galera grosseira do colégio. Já Woody (Kevin Zeggers) é o bonitão atlético e grosso, que pouco faz na vida a não ser arrasar nos esportes. Um dia, quando rogam uma maldição um no outro em frente a uma estátua esquisita, bum!, rola um feitiço. Nell vai para o corpo do bobão e Woody vira a CDF.
Não parece uma histórica conhecida? Se eu fosse você, pensaria em... “Se eu Fosse Você”, filme nacional com Tony Ramos e Glória Pires. Mas não dá para falar em cópia por dois motivos: primeiro porque um filme americano copiar um brasileiro seria inverter a mão de direção. Depois, o ano de produção é o mesmo. De qualquer forma, a comparação com a nacional faz essa comédia ficar menos bobinha. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

De Bem com a Vida

Elenco em cena: esperanças x amarguras
Foto: Google Image
Qual a visão que você tem da terceira idade? Velhinhos fofos, que dão lições de vida? Esqueça um pouco isso, já que o título nacional desta comédia dramática inglesa (o original é “How About You?”) é bastante enganoso. Os velhos que vivem no asilo da história não poderiam estar mais brigados com a vida. São amargos, chatos, ranzinzas, tratam todo mundo a patadas.
Há uma ex-atriz desiludida (Vanessa Redgrave), duas irmãs que ficaram solteiras (Brenda Fricker e Imelda Staunton) e um juiz amargurado após a morte da esposa (Joss Ackland). Eles são a pedra no sapato da dona, Kate (Orla Harris), que por causa deles não consegue novos hóspedes.
Um dia, Ellie (Hayley Atwell), sua irmã caçula, se oferece para ajudar, pois precisa de dinheiro para uma viagem. A relação dela com os coroas fica enriquecedora para os dois lados. E o espectador ganha uma opção agradável, embora previsível. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Expresso Transiberiano

Emily Mortimer e Woody Harrelson: perigo no gelo
Foto: AllMovie Photo
O casal Roy (Woody Harrelson) e Jessie (Emily Mortimer) é missionário, trabalha com ajuda humanitária na China, e um belo dia decide fazer uma viagem diferente e arriscada: percorrer de trem as terras geladas que vão até a Sibéria. Querem uma aventura diferente, mas encontrarão algo muito pior.
A imensidão gelada é linda (o que ajuda a deixar o filme visualmente atraente), mas é também uma região em que impera o salve-se-quem-puder após a derrocada do comunismo. Roy e Jessie, ingênuos até por deformação profissional, não percebem o perigo que representa outro charmoso casal, o espanhol Carlos (Eduardo Noriega) e a jovem Abby (Kate Mara). Tarde demais descobrem que as bonecas russas de encaixar que ele carrega na mochila contêm no interior algo bem mais arriscado: heroína.
Atrás deles, vem a polícia, representada pelo cruel Grinko (Ben Kingsley, que sempre consegue ser assustador). O diretor Brad Anderson, especialista em seriados de TV, mantém o interesse do espectador o tempo todo. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Jogo de Cena

Fernanda Torres com o diretor: exercício fascinante
Foto: Google Image
Mais que um filme, é um exercício intelectual fascinante. O que faz o diretor Eduardo Coutinho, especialista em documentários, é misturar a ficção com a realidade. A primeira imagem mostra um anúncio impresso num jornal convidando mulheres a contar suas histórias. Houve uma preparação prévia (a que o espectador não tem acesso) e os depoimentos são gravados num palco de teatro.
Os depoimentos começam e alguns são interrompidos para entrar uma atriz que todo mundo conhece (Andréa Beltrão, Fernanda Torres ou Marília Pêra), interpretando a história daquela mulher. Porém, no meio do processo, Coutinho deixa pistas falsas. Uma das histórias, e particularmente marcante, a da mãe que perde o filho e briga com Deus, é contada duas vezes. Qual é a mãe verdadeira e qual é a atriz?
Fica uma pergunta ainda maior: será que todas as mulheres que vemos são atrizes e só conhecemos três (Andréa, Fernanda e Marília)? O que é real e o que é fantasia? O diretor brinca com isso e não se pode acusá-lo, já que deu o nome de “Jogo de Cena” e ambientou tudo num teatro. Mas é uma brincadeira em que todo mundo sai enriquecido. Tente encontrar em DVD. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 2 de junho de 2009

O Vizinho

Patrick Wilson e Samuel L. Jackson: a arrogância mora ao lado
Foto: AllMovie Photo
Quem conhece os filmes do diretor Neil LaBute, como “Na Companhia dos Homens” e “O Sacrifício”, sabe de uma coisa: o cara adora uma polêmica. Ele já foi acusado de ser machista e misógino, por retratar homens que abusam de suas companheiras sem deixar claro que os está criticando. De certa forma isso é interessante num meio em que todo mundo quer ser politicamente correto (e chato).
Agora, ele volta a provocar, com uma história que apresenta como personagem principal um negro racista. Ele é o policial Abel Turner (Samuel Jackson), que vive com os dois filhos num subúrbio de Los Angeles após ser abandonado pela esposa (claro que ela não agüentou a barra).
Tudo se complica quando se muda na casa ao lado o jovem casal Chris (Patrick Wilson) e Lisa (Kerry Washington), ele branco e ela negra, o que provoca a raiva acumulada de Abel. Interessante e provocador, e Jackson, como sempre, dá um show. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Foi Apenas um Sonho

Kate Winslet e Leonardo DiCaprio: felicidade ilusória
Foto: AllMovie Photo
Parece até provocação reunir novamente o casal romântico do filme mais visto de todos os tempos, “Titanic”, para um filme tão amargo. “Foi Apenas um Sonho” (o título original é “Revolutionary Road”, livro de Richard Yates) é muito triste, mas também brilhante e talentoso. E Kate Winslet e Leonardo DiCaprio têm performances belíssimas, comandados por Sam Mendes (diretor de “Beleza Americana” e marido de Kate).
Os dois vivem Frank e April Wheeler, casal que logo no início do relacionamento sente que algo se perdeu. Ela fica amarga porque não consegue realizar o sonho de ser atriz, enquanto ele tem casinhos passageiros com as secretárias da firma onde trabalha (emprego que, aliás, detesta).
Um dia inventam que venderão tudo e mora na Europa, fantasia que poderia dar sentido à vida sem sentido. Mas a realidade massacrante cobra seu preço. Kathy Bates participa como o vizinha e Michael Shannon, indicado ao Oscar de coadjuvante, é o filho maluco, o único que tem coragem de dizer o que pensa. (Ronaldo Victoria)