segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Última Parada 174

Marcello e Michel em cena do filme de Bruno Barreto
Foto: Google Image

Domingo, sessão das 15h na sala 3 do Cine Shopping Piracicaba. Pouco mais de 20 pessoas foram assistir "Última Parada 174", dirigido por Bruno Barreto. Na saída não há fila nenhuma para a próxima exibição. Sinal mais que evidente de fracasso na cidade. Será que em todo o Brasil foi assim?
Por que, apesar de toda a visibilidade na mídia nos últimos dias, a fita atraiu tão pouca gente? Não deve ser por conta das pedradas que levou da crítica (a crítica da Veja foi parcial, mas e daí?, essa revista é parcial). Será que o público se cansou do fato de o cinema brasileiro continuar falando de violência? Ou o filme teve o azar de estrear justamente após a semana em que o caso de Santo André dominou todo mundo?
Seja qual for o motivo, o fato é que o filme é bom e merecia ter melhor sorte. Quer dizer, não é um fenômeno como "Tropa de Elite", muito menos "Cidade de Deus", mas tem muitas qualidades. A maior delas é o fato de não ser sensacionalista, o que não ajuda nas bilheterias. A história de Sandro (Michel de Souza), o rapaz que aterrorizou o país ao seqüestrar um ônibus em 2000, é misturada com a de Ale (Marcello Melo Junior). Mãe de Ale, Marisa (Chris Vianna), que teve o menino roubado dos braços quando ele era bebê, acha que Sandro é que é na verdade seu filho. E a história dele vai seguindo de abandono em abandono até explodir no ônibus.
Pergunta final: quando tempo será que a tragédia de Lindemberg, Eloá e Nayara vai demorar para chegar aos cinemas? (Ronaldo Victoria)