terça-feira, 16 de setembro de 2008

Mamma Mia

Meryl Streep e Pierce Brosnan: casal alto-astral
(Crédito: Google Image)
Um musical que tenha como base as canções do grupo sueco ABBA não pode se levar a sério e nem deve ter medo de escorregar na breguice. Afinal, as músicas do quarteto são cantadas até hoje por causa disso, por não terem medo de caírem de boca nas emoções derramadas. Quem é mais velho lembra que a cantora Perla é quem fazia a versão de quase todos os sucessos e sacudia o cabelão no Chacrinha ou no Bolinha: "Nosso amor nasceu para ficar/ E eu vou te amar/ Fernandoooo!!!"
Por isso "Mamma Mia", atualmente em cartaz nos cinemas, é uma delícia. Por que não tem medo de ser feliz. A diretora Phyllida Lloyd, a mesma que dirigiu o musical na Broadway, acertou ao não recusar o tom exagerado, o jeito de fábula, a breguice enfim. A grande vantagem é que as músicas cativam, envolvem o público logo de cara e muita gente tem vontade de cantar junto.
A história é simples. Na véspera de seu casamento, Sophie (Amanda Seyfried, uma surpresa), convida três ex-namorados da mãe, Donna (Meryl Streep), acreditando que um deles é o pai que nunca conheceu: Sam (Pierece Brosnan), Bill (Stellan Skarsgard) e Harry (Colin Firth). Também chegam ao local, uma paradisíaca ilha grega, duas amigas do tempo de "balada" da mãe, Rosie e Tanya (as divertidas Julie Walters e Christine Baranski).
Claro que existem alguns momentos constrangedores, mas é bonito ver a garra com que o elenco se entrega aos papéis. Meryl Streep, então, dá um show, mas isso não é novidade. Estrela absoluta em qualquer personagem, ela consegue comover quando canta ao pé de uma escadaria iluminada "The Winner Takes it all".
"Mamma Mia" é um filme solar: leve, divertido, foge do lugar-comum (no fim a resposta à pergunta quem é o pai? nem é tão importante assim) e faz a gente sair do cinema em alto-astral. (Ronaldo Victoria)